Marcelo Rubens Paiva nasceu em 1º de maio de 1959, na cidade de São Paulo. Ele é filho do ex-deputado Rubens Paiva, que foi preso, torturado e morto em 1971, vítima da ditadura militar. Mais tarde, em 1979, o autor sofreu um acidente ao pular em um lago e ficou tetraplégico. O Brasil conheceu a sua história quando, em 1982, ele publicou o livro autobiográfico, Feliz Ano Velho, que logo se tornou um best-seller. Assim, após essa sua bem-sucedida estreia como escritor, ele publicou outras obras, marcadas pela ironia, irreverência e crítica social.
Com o golpe militar, em 1964, seu pai, o deputado Rubens Paiva (1929-1971), teve o mandato cassado e partiu para o exílio. Mas, logo voltou ao Brasil, e a família foi morar no Rio de Janeiro. Em 1971, o pai do escritor foi preso, torturado e morto.
Assim, o romancista se tornou mais um filho de desaparecido político da ditadura militar brasileira (1964-1985). A partir de então, sua mãe, Eunice Paiva (1932-2018), teve de criar sozinha seus cinco filhos. A família voltou para São Paulo, onde o escritor estudou no Colégio Santa Cruz e passou a escrever para o jornal da escola.
Mais tarde, Marcelo Rubens Paiva vivenciou outro episódio que mudou os rumos de sua vida. Ele estudava engenharia agrícola na Universidade Estadual de Campinas, morava em uma república de estudantes, fazia parte do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e escrevia para o jornal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), quando, em 14 de dezembro de 1979, pulou em um lago, fraturou a quinta vértebra da coluna cervical e ficou tetraplégico aos 20 anos de idade.
Passou por um longo e difícil tratamento, mas pôde, novamente, usar mãos e braços. Assim, com 21 anos de idade, começou a escrever seu primeiro e mais famoso livro — Feliz Ano Velho —, publicado em 1982.
A partir daí, passou a dedicar sua vida à militância política e à escrita. Estudou na Escola de Comunicações e Artes da Universidade São Paulo (USP) e fez mestrado em Teoria da Literatura, na Unicamp. Além disso, ganhou os prêmios Jabuti, em 1983, Moinho Santista, em 1985, e Shell de Teatro, em 2000. Desde 2002, é colunista do Estadão (ou O Estado de S. Paulo). Em 2016, recusou a Ordem do Mérito Cultural, em protesto ao governo Temer.
É um autor de esquerda, enfrenta as dificuldades de locomoção experimentadas no dia a dia por cadeirantes brasileiros e está sempre disposto a lutar pela acessibilidade de pessoas com deficiência. Além disso, é diretor de teatro e, em 2016, participou da cerimônia de abertura dos Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro.
Características da obra de Marcelo Rubens Paiva
Os livros de Marcelo Rubens Paiva fazem parte da literatura contemporânea brasileira e, de forma geral, apresentam as seguintes características:
- ironia;
- irreverência;
- crítica sociopolítica;
- caráter memorialístico;
- linguagem fragmentada;
- tom coloquial;
- engajamento político;
- temática urbana;
- inconformismo diante da realidade.
OBRAS
Prosa
Feliz Ano Velho (1982)
Blecaute (1986)
Ua: brari — do outro lado do mundo (1990)
Bala na Agulha (1992)
As fêmeas (1994)
Não és tu, Brasil (1996)
Malu de bicicleta (2002)
O homem que conhecia as mulheres (2006)
A segunda vez que te conheci (2008)
Crônicas para ler na escola (2011)
E aí, comeu? (2012)
As verdades que ela não diz (2012)
1 drible, 2 dribles, 3 dribles: manual do pequeno craque cidadão (2014)
Ainda estou aqui (2015)
O orangotango marxista (2018)
O homem ridículo (2019)
Teatro
525 linhas (1989)
E aí, comeu? (1998)
Mais-que-imperfeito (2001)
Closet show (2003)
As mentiras que os homens contam (2003)
No retrovisor (2003)
Amo-te (2003)
A noite mais fria do ano (2011)
O predador entra na sala (2012)
C’est la vie (2014)
Amores urbanos (2016)"
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