José Lins do Rego foi um escritor brasileiro. "Menino de Engenho", romance do ciclo da cana de açúcar, lhe deu o prêmio Graça Aranha. Seu romance "Riacho Doce", foi transformado em minissérie para a televisão. Integrou o "Movimento Regionalista do Nordeste". É patrono da Academia Paraibana de Letras. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 25.
José Lins do Rego nasceu no engenho Corredor, no município de Pilar, Paraíba, no dia 3 de junho de 1901. Filho de tradicional família da oligarquia do Nordeste açucareiro passou a infância no engenho do avô materno. Iniciou seus estudos no município de Itabaiana. Em 1920 ingressou na Faculdade de Direito do Recife.
A partir de 1923, José Lins do Rego passou a assinar seus primeiros trabalhos literários para o semanário Dom Casmurro. Em 1924 casou-se com Filomena Massa, com quem teve três filhas. Em 1925, já formado, mudou-se para Minas Gerais, onde exerceu o cargo de promotor público. Em 1926 desistiu da carreira de magistrado e mudou-se para a cidade de Maceió, onde trabalhou como fiscal de bancos.
Movimento Regionalista
José Lins do Rego tornou-se amigo de Graciliano Ramos e Raquel de Queiroz. Mantinha contato com Gilberto Freire e Olívio Montenegro, no Recife. Fez oposição ao movimento Modernista de São Paulo e integrou o Movimento Regionalista do Nordeste, que procurava a nova linguagem “brasileira”.
Menino de Engenho
Em 1932, José Lins do Rego publicou seu primeiro romance, "Menino de Engenho", com características autobiográficas quando o narrador, o menino Carlos de Melo, vai dizendo de sua infância passada na fazenda de avô Zé Paulino, no Engenho Santa Rosa. A obra lhe deu o prêmio da Fundação Graça Aranha.
Em 1935, José Lins do Rego foi para o Rio de Janeiro, quando colaborou com diversos jornais, entre eles, O Globo e o Jornal dos Esportes. Exerceu vários cargos em organizações do setor, como o Clube de Regatas Flamengo, Confederação Brasileira de Desportos e o Conselho Nacional de Desportos. Nessa época, publicou praticamente um livro por ano.
A partir de 1950, José Lins do Rego realizou diversas palestras sobre a literatura brasileira, no Brasil e no exterior, principalmente nos países do rio da Prata e na Europa. Em 1955 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.
Características da Obra de José Lins do Rego
A obra de José Lins do Rego tem um fundo comum a dos demais regionalistas dos anos 30 (Segundo Tempo Modernista), como Raquel de Queiroz, Graciliano Ramos e Jorge Amado. Segundo ele, sua obra está dividida por temáticas:
- Ciclo da cana de açúcar, cuja ação se desenvolve na região nordestina dos grandes engenhos de açúcar, como Menino de Engenho, Doidinho, Banguê e Fogo Morto – a obra-prima desse ciclo;
- Ciclo do cangaço, do misticismo e da seca, com Pedra Bonita e Cangaceiros;
- Obras independentes, mas também vinculadas ao Nordeste, como Pureza e Riacho Doce (que foi transformada em minissérie para a TV), e Água Mãe e Eurídice, onde o cenário se desloca do Nordeste para a cidade do Rio de Janeiro.
José Lins do Rego faleceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de setembro de 1957.
Obras de José Lins do Rego
- Menino de Engenho, romance (1932)
- Doidinho, romance (1933)
- Banguê, romance (1934)
- O Moleque Ricardo, romance (1934)
- Usina, romance (1936)
- Histórias da Velha Totônia, literatura infantil (1936)
- Pureza, romance (1937)
- Pedra Bonita romance (1938)
- Riacho Doce, romance (1939)
- Água Mãe, romance (1941)
- Gordos e Magros (1942)
- Fogo Morto, romance (1943)
- Pedro Américo (1943)
- Poesia e Vida (1945)
- Conferências no Prata (1946)
- Eurídice, romance (1947)
- Homens, Seres e Coisas (1952)
- Cangaceiros, romance (1953)
- A casa e o Homem (1954)
- Roteiro de Israel (1954)
- Meus Verdes Anos, memória (1956)
- Presença do Nordeste na Literatura Brasileira (1957)
- O Vulcão e a Fonte (1958)
Nenhum comentário:
Postar um comentário