O Pará compõe a região Norte do Brasil. Possui superfície de mais de 1,24 milhão de km² ou 14,6% da área brasileira, sendo, assim, o segundo Estado mais extenso do país depois do Amazonas. Tem como capital o município de Belém.
O Estado possui saída, a nordeste, para o oceano Atlântico, onde se localiza uma série de reentrâncias e ilhas que compõem a sua faixa litorânea. Faz fronteira:
- ao norte, com o Amapá e o Suriname;
- a noroeste, com Roraima e a Guiana;
- a oeste, com o Amazonas;
- ao sul, com o Mato Grosso;
- a sudeste, com o Tocantins;
- a leste, com o Maranhão.
O clima predominante no Pará é o Equatorial, caracterizado pela elevada umidade relativa do ar e pelas altas temperaturas na maior parte do ano. Há, entretanto, variações regionais: enquanto não se registra uma estação seca no norte paraense, os invernos no sul do Estado apresentam menores índices pluviométricos. A umidade do ar nesta área é também menor.
As temperaturas médias variam de 24 ºC a 27 ºC, enquanto o índice anual de chuvas é de 1500 mm a 2500 mm. Em algumas áreas, esse valor pode atingir 3000 mm.
O relevo do Pará é caracterizado pelas baixas cotas altimétricas que ficam em torno de 200 metros. As maiores elevações do Estado se concentram no noroeste e nos terrenos ao sul.
A planície do rio Amazonas se estende longitudinalmente ao norte, acompanhando o curso do rio. Essa unidade atravessa o planalto sedimentar da Amazônia Oriental, que se divide entre porções ao norte e centro do Estado.
Os planaltos estão presentes, ainda, na fronteira com a Guiana, onde está situado o ponto mais elevado do Pará, que fica na serra do Acari, a 906 metros, e, ao sul, onde ficam as serras do Carajás e Cachimbo. O relevo do Pará é composto, ainda, pelas depressões Norte e Sul Amazônica.
O Pará está integralmente inserido no bioma amazônico. Dessa forma, as florestas recobrem a maior parte das suas terras, dividindo-se entre florestas de terra firma, de várzea e de transição. Encontra-se, ao sul e noroeste, trechos com vegetação característica de cerrado. O litoral e as áreas úmidas próximas dos rios são marcados pelos mangues e vegetação dunar
A rede hidrográfica do Estado integra duas das maiores bacias hidrográficas brasileiras: Amazônica e do Tocantins-Araguaia. Os principais rios do Pará são o Amazonas, Jari, Xingu, Tapajós e Tocantins. Fica no litoral paraense, próximo do Amapá, a ilha de Marajó, maior ilha do país.
O Pará é o Estado mais populoso da região Norte, concentrando 46,5% da sua população. Conta atualmente com 8.690.745 habitantes (IBGE, 2020). No ranking nacional, a população paraense fica na 9ª colocação. A distribuição populacional era de 6,07 hab./km², à época do Censo de 2010. Após um ganho de 1,1 milhão de habitantes em uma década, calcula-se que a densidade demográfica subiu para 6,97 hab./km², o que caracteriza um território pouco povoado.
A taxa de urbanização do Pará é de 68,48%, conforme os dados de 2010. A capital, Belém, é o seu município mais populoso e reúne 1.499.641 habitantes. Ananindeua é a segunda maior cidade paraense, com 535.547 habitantes. Destacam-se, ainda, Santarém, Marabá e Parauapebas.
Quase 70% da população paraense se declaram como pardos; 21,81%, como brancos; 7,24% como negros; e 0,52%, como indígena. Em valores absolutos, a população indígena do Pará é a terceira maior da região Norte, com 51.217 pessoas.
Considerando os indicadores sociais, o estado possui o quarto menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, que é de 0,646. A expectativa de vida ao nascer é de 72,7 anos, menor do que a média nacional.
Divisão geográfica do Pará
O Estado do Pará é composto por 144 municípios, os quais são divididos, pelo IBGE, em 21 regiões geográficas imediatas, as quais estão agrupadas em sete regiões geográficas intermediárias: Belém; Castanhal; Marabá; Redenção; Santarém; Altamira.
A economia paraense é a maior da região Norte. O Estado detém um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 161,34 bilhões, o equivalente a 2,3% do nacional. Sem levar em consideração as atividades atreladas à administração pública, o setor terciário responde por 36,76% da economia do Pará. Na sequência está a indústria, com 30,98%. As atividades agropecuárias são responsáveis por 10,19% do PIB paraense.
A mineração é a principal atividade econômica do Pará. O Estado é reconhecido como detentor da maior província mineral do planeta em decorrência das grandes jazidas localizadas no sudeste do estado, mais especificamente na serra dos Carajás. Nela são encontrados: ferro; cobre; bauxita; ouro; prata; manganês; níquel e; zinco.
A indústria paraense é representada, ainda, pelos serviços essenciais, construção civil e metalurgia. O extrativismo vegetal é liderado pela castanha-do-pará (ou castanha-do-brasil) e pelo açaí. A produção agrícola do Estado é marcada pelo crescimento expressivo da soja e pelos cultivos de milho, cana-de-açúcar, mandioca, cacau, melancia, abacaxi, banana, cupuaçu e dendê. Na pecuária, destacam-se a criação de búfalos (maior rebanho nacional) marajoara e o rebanho bovino. O Pará é o maior produtor brasileiro e mundial de açaí.
O Pará é uma democracia representativa. Isso significa que eleições periódicas são realizadas a fim de que a população eleja os seus governantes, o que acontece a cada quatro anos. O governador é o chefe do Poder Executivo estadual. O Legislativo é formado por três senadores federais, 17 deputados federais e 41 deputados estaduais. A sede do governo estadual fica no município de Belém.
A infraestrutura de transportes do Pará conta com uma rede multimodal que inclui ferrovias, hidrovias e rodovias. Estas são o principal meio de conexão do território paraense com os demais Estados e regiões brasileiras, além de interligar os seus municípios. Algumas das estradas federais que atravessam o Estado são a BR-158, que vai do Rio Grande do Sul a Altamira, a BR-163, a BR-010, a Transamazônica (BR-230), e a BR-153 ou Transbrasiliana.
As ferrovias são de extrema importância para as cadeias produtivas que se instalam no Pará e em Estados vizinhos. A malha ferroviária paraense se encontra atualmente em expansão, com projetos como o da Ferrogrão, que parte do Mato Grosso, e da Ferrovia Paraense. Destaca-se, ainda, a Estrada de Ferro Carajás, administrada pela Vale.
O transporte hidroviário é efetuado por meio de cinco hidrovias, entre elas a Tocantins–Araguaia e a do Xingu. Com relação aos aeroportos, ficam em Belém e Santarém os dois principais, com voos internacionais.
A força motriz das águas é a principal geradora de energia elétrica no Estado. A maior hidrelétrica localizada inteiramente em território nacional é a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, construída na bacia do rio Xingu, em Altamira.
O quadro cultural paraense possui bases muito diversas, oriundas das populações indígenas, africanas e europeias, principalmente portuguesas. A influência dessas diferentes matrizes é refletida nos costumes, nas celebrações tradicionais, na música, na gastronomia, na literatura e nas artes em geral.
O Pará é palco de grandes celebrações religiosas que atraem turistas de todo o país, como o Círio de Nazaré, realizado todos os anos pelas ruas da capital, Belém, e considerado uma das maiores festas religiosas do Brasil. O Círio Noturno de Santo Antônio ocorre em diversas cidades paraenses. Outras festas e danças típicas do estado são a marujada (ou fandango) e o Festival do Çairé. Este é realizado no município de Alter do Chão, e reúne a religiosidade e o folclore amazônico.
Alguns ritmos musicais são bastante característicos do Pará, como a guitarrada, o tecnobrega, o calypso, o carimbó e o lundu, da ilha de Marajó. O artesanato marajoara, representado pelas composições de cerâmica, ressalta a sua identidade local. Além disso, possui grande valor econômico para a população, consistindo em uma fonte de renda para os artesãos.
A culinária paraense possui uma grande variedade de pratos típicos, dentre os quais podemos citar o tacacá, o pato no tucupi, a maniçoba, o caruru e frutos como açaí, cupuaçu e pupunha.
História do Pará
Os espanhóis foram os primeiros estrangeiros a aportarem no Pará, que era, até o início do século XVI, habitado apenas pelas populações indígenas. A área atraiu também a atenção de ingleses e holandeses, mas foram os portugueses quem se fixaram na região onde fica atualmente a capital, Belém, no ano de 1616. Esse momento histórico foi marcado pela construção do Forte do Presépio, que tinha como objetivo a proteção do novo domínio português.
Naquele mesmo ano, foi criada a capitania do Grão-Pará. Durante o século XVII e parte do XVIII, o território paraense era integrado ao Maranhão, formando o estado do Grão-Pará. A sua economia da época era baseada na atividade agropecuária, com a criação de gado e os cultivos de tabaco, cana-de-açúcar, cacau e café.
Quando se deu o desmembramento dos territórios do Grão-Pará e Maranhão, em 1774, esse sistema econômico foi diretamente afetado. A sua recuperação aconteceu a partir do final do século XIX, quando se iniciou o ciclo da borracha. Ressalta-se, ainda, que, entre 1835 e 1840, a então província do Pará foi palco da Cabanagem.
A economia da borracha, que perdurou até meados do século XX, representou um momento de grande prosperidade para a região, que se reflete muito bem na arquitetura das capitais, como é o caso de Belém e o Teatro da Paz, e na paisagem urbana em geral, bem como na intensificação do processo de urbanização.
A descoberta das jazidas minerais na serra dos Carajás, que data de 1967, marcou o início de um novo ciclo produtivo no estado, que perdura até os dias atuais.
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