Lasar Segall foi um pintor lituano, radicado no Brasil. Sendo precursor do Expressionismo, era comedido em seus traços, em suas cores e em suas representações.
Lasar Segall nasceu em Vilna, capital da República da Lituânia, na época, parte do Império Russo, no dia 21 de julho de 1891. Mostrando grande interesse pelo desenho, com 14 anos ingressou na Academia de Desenho de sua cidade. Em 1906, foi para Berlim, Alemanha, estudar na Academia Imperial.
Em 1909, Lasar Segall foi desligado da Academia por ter participado da Freie Sezession – uma exposição de artistas descompromissados com a estética oficial, conquistando o Prêmio Max Liebermanu. Em 1910, mudou-se para a cidade de Dresden, onde realizou sua primeira mostra individual com pinturas marcadas pelo impressionismo de Liebermann, como na obra "Leitura" (1910).
Com 20 anos, Lasar Segall começou progressivamente a se afastar da influência de Liebermann e se aproximar do expressionismo. Em 1912, em busca de novos caminhos, viajou para os Países Baixos e em 1913 veio pela primeira vez ao Brasil, onde já estavam seus irmãos. Realizou suas primeiras exposições de arte moderna, uma em São Paulo e outra em Campinas, porém sem grande repercussão.
Primeira Guerra
Ainda em 1913,, Lasar Segall retornou para a Alemanha e, logo depois que a Alemanha declarou guerra à Rússia, em agosto de 1914, os cidadãos russos que viviam em Dresden foram levados para a cidade vizinha de Meissen, como prisioneiros civis de guerra. No ano seguinte, Segall pintou “Praça do Mercado em Meissen” (1915), ainda no estilo impressionista.
Em 1919, de novo em Dresden, constituiu com outros artistas o Grupo Seccionista de Dresden. Desde essa época, a gravura em metal depois em madeira, assumiu grande importância em sua obra. Nesse mesmo ano, publicou seu primeiro álbum de litografias, “Recordação de Vilna”, onde se destaca: “Viúva e Filho” (1919).
Depois de realizar exposições em Hagen (1920), Frankfurt (1921) e Leipzig (1923), já senhor de sua técnica, tentava expressar o emocional e o visual diante da Alemanha vencida onde encontrou um campo propício ao trágico e rude. É dessa época, “Família Enferma” (1920).
Em 1923, Lasar Segall voltou ao Brasil, radicando-se definitivamente em São Paulo, onde em 1924 realizou sua mostra individual e realizou a decoração do pavilhão de Arte Moderna. Nessa época, deu início às pinturas de temática brasileira: mulatas, favelas e bananeiras. É dessa época, “Morro Vermelho”.
Em 1929, Lasar Segall começou a esculpir em madeira, pedra e gesso, as mesmas figuras sofridas já eternizadas em suas pinturas, desenhos e gravuras. Em 1932 realizou uma exposição em Paris, onde fundou com outros artistas a Sociedade Pró-Arte Moderna SPAM.
Em 1935 deu início a duas de suas séries mais importantes: as interpretações da natureza de Campos do Jordão e os Retratos de Lucy. Em 1936, sua habilidade de retratar cenas dramáticas atingiu o ápice com telas de grandes proporções, como nas telas: “Campo de Concentração” e “Navio de Emigrantes” (1941), que lhe garantiu um lugar de destaque entre os principais pintores expressionistas.
Em 1944, Lasar Segall deu início a uma nova série denominada de “Erradias” cuja temática são as prostitutas. Nesse mesmo ano, inicia a uma nova fase “As Florestas”, que foi interrompida com a sua morte.
Em 1957, realizou-se em Paris, a monumental "Exposição Segall", no Museu de Arte Moderna, com 61 quadros, 22 esculturas de bronze, 200 desenhos, aquarelas e gravuras. O mais importante conjunto de sua obra está no Museu Lasar Segall, sua antiga residência e ateliê, localizado na Vila Mariana, em São Paulo.
Lasar Segall faleceu em São Paulo, no dia 2 de agosto de 1957.
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