segunda-feira, 10 de outubro de 2022

FERNANDO SABINO

Fernando Sabino foi um escritor, jornalista e editor brasileiro. Recebeu diversos prêmios, entre eles, o Prêmio Jabuti pelo livro "O Grande Mentecapto" e o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. Foi condecorado com a Ordem do Rio Branco, no grau de Grã-Cruz, pelo governo brasileiro.



Fernando Tavares Sabino nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, no dia 12 de outubro de 1923. Em 1930, após aprender a ler com a mãe, ingressou no Grupo Escolar Afonso Pena. Fez o curso secundário no Ginásio Mineiro. Ao final do curso conquistou a medalha de ouro como o primeiro aluno da turma.

Jornalista e contista

Em 1936, Fernando Sabino teve seu primeiro conto policial publicado na revista "Argus", da Secretaria de Segurança de Minas Gerais. Em 1938, ajudou a fundar um jornal "A Inúbia", no Ginásio Mineiro.

Fernando Sabino começou a colaborar regularmente com artigos, crônicas e contos nas revistas "Alterosas" e "Belo Horizonte". Em 1941 iniciou o curso superior na Faculdade de Direito de Minas Gerais.

Nesse mesmo ano reuniu seus primeiros contos no livro Os Grilos não Cantam Mais. Colaborou com o jornal literário do Rio, "Dom Casmurro", com a revista "Vamos Ler" e com o "Anuário Brasileiro de Literatura".

Fernando Sabino formou um grupo inseparável com os também escritores mineiros, Hélio Pellegrino, Paulo Mendes Campos e Otto Lara Rezende.

Funcionário público e professor

Em 1942, Fernando Sabino foi admitido como funcionário da Secretaria de Finanças de Minas Gerais. Lecionou Português no Instituto Padre Machado. e foi nomeado oficial de gabinete do secretário de agricultura.

Fernando Sabino fez estágio de três meses como aspirante no Quartel de Cavalaria de Juiz de Fora, período que serviria de inspiração para hilariantes episódios no livro O Grande Mentecapto.

Em 1944, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se firmou como colaborador de diversos jornais. Em 1946 formou-se em Direito e embarcou com Vinícius de Moraes para os Estados Unidos.

Instalado em Nova York, trabalhou no Escritório Comercial do Brasil e depois no Consulado Brasileiro. Em 1947, enviou crônicas de Nova York para os jornais "Diário Carioca" e "O Jornal", do Rio, que foram transcritas por diversos jornais do resto do país. Realizou uma série de entrevistas com Salvador Dali e faz reportagem sobre Lasar Segall.

Em 1948, Fernando Sabino voltou ao Brasil e assumiu o cargo de escrivão da Vara de Órfãos e Sucessões. Em 1949, colaborou com diversos jornais e com a revista "Manchete".

Encontro Marcado

Em 1956, Fernando Sabino publicou o romance O Encontro Marcado, um grande sucesso de crítica e de público, além de fazer adaptações teatrais no Rio e em São Paulo. Em 1959 compareceu ao lançamento do livro, em Lisboa. Em 1962 o livro foi publicado na Alemanha.

Encontro Marcado é uma narrativa longa que conta a história de um jovem em desesperada procura de si mesmo e da verdadeira razão de sua vida. A obra leva o leitor a passear pelas ruas de Belo Horizonte conhecendo um pouco das gerações que por elas passaram e marcaram a cidade.

É uma história da adolescência e juventude, dos prazeres fugidos, desespero, cinismo, desencanto, melancolia e tédio que se acumulam no espírito do jovem escritor Eduardo Marciano, um homem que amadurece em um mundo, desorientado.

O jovem caminha pela procura incessante da felicidade e pelo desejo profundo de encontrar respostas para a grande pergunta sobre a existência de Deus.

Editor, roteirista e Adido Cultural

Em 1960 Fernando Sabino foi para Cuba, como correspondente do Jornal do Brasil. Faz reportagem sobre a revolução cubana.

Com o livro A Revolução dos Jovens Iluminados, inaugurou a "Editora do Autor", fundada em sociedade com Rubem Braga e Walter Acosta. 

Em 1964, durante o governo João Goulart, foi contratado para exercer as funções de Adido Cultural junto à Embaixada do Brasil em Londres. Em 1965 se desfaz da sociedade e fundou a Editora Sabiá.

Nesse período, escreveu o argumento, roteiro e diálogos do filme dirigido por Roberto Santos, de sua obra, O Homem Nu (1966)..

Fernando Sabino foi efetivado no cargo de redator do Serviço Público, da Biblioteca Nacional e mais tarde da Agência Nacional, cabendo-lhe a elaboração de textos para filmes de curta metragem. Em 1972 fundou a Bem-Te-Vi Filmes.

Em 1975, Fernando Sabino deixou o Jornal do Brasil, onde permaneceu por 15 anos. Iniciou, em 1977, a publicação de crônica semanal sob o título de "Dito e Feito" no jornal "O Globo". Sua colaboração se prolongou por 12 anos

Fernando Sabino faleceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 11 de outubro de 2004.

Prêmios

  • Em 1979, concluiu o romance O Grande Mentecapto, que havia iniciado há 33 anos. Recebei o Prêmio Jabuti pela obra.
  • Recebeu o Prêmio Golfinho de Ouro na categoria de Literatura, concedido pelos Conselhos Estaduais de Educação e Cultura do Rio de Janeiro.
  • Em 1985 foi condecorado com a Ordem do Rio Branco no grau de Grã-Cruz pelo governo brasileiro.
  • Em 1989 o filme O Grande Mentecapto foi premiado no Festival Internacional de Gramado.

Outras Obras de Fernando Sabino

  • O Menino no Espelho (1982, adotado em várias escolas do país);
  • A Faca de Dois Gumes (1985);
  • A Mulher do Vizinho (1988);
  • O Bom Ladrão (1991);
  • Zélia uma Paixão (1991);
  • A Nudez da Verdade (1994);
  • Com a Graça de Deus (1994).

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