domingo, 20 de outubro de 2019

O POETA VINICIUS DE MORAES

Vinicius de Moraes  foi um poeta e compositor brasileiro. "Garota de Ipanema", feita em parceria com Antônio Carlos Jobim, é um hino da música popular brasileira. Além de ter sido um dos mais famosos compositores da música popular brasileira e um dos fundadores, nos anos de 1950, do movimento musical Bossa Nova, foi também importante poeta da Segunda Fase do Modernismo. Foi também dramaturgo e diplomata.

Marcus Vinicius Melo Morais, conhecido como Vinicius de Moraes, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913. Filho do funcionário público e poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista Lídia Cruz desde cedo já mostrava interesse por poesia.
Ingressou no colégio jesuíta Santo Inácio onde fez os estudos secundários. Entrou para o coral da igreja onde desenvolveu suas habilidades musicais. Em 1928 começou a fazer as primeiras composições musicais.

Em 1929, Vinicius iniciou o curso de Direito da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro. Em 1933, ano de sua formatura, publicou seu primeiro livro de poemas, O Caminho Para a Distância, onde reuniu suas poesias. Não exerceu a advocacia. 

Trabalhou como representante do Ministério da Educação na censura cinematográfica, até 1938, quando recebeu uma bolsa de estudos e seguiu para Londres, onde cursou Literatura Inglesa, na Universidade de Oxford.
Trabalhou na BBC londrina até 1939. Em 1940, iniciou, no jornal “A Manhã”, a carreira jornalística, escrevendo uma coluna como crítico de cinema.

Em 1943, Vinicius de Morais foi aprovado no concurso para diplomata. Foi para os Estados Unidos, onde assumiu o posto de vice-cônsul em Los Angeles. Serviu sucessivamente em Paris, a partir de 1953, em Montevidéu a partir de 1959 e novamente em Paris, em 1963.

Vinicius voltou definitivamente ao Brasil em 1964. Em 1968 foi aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional Número Cinco (AI5).

Música e Teatro

Em 1956, Vinicius de Moraes publicou a peça teatral Orfeu da Conceição, levada ao palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A peça continha músicas de Vinicius e de Tom Jobim.
Nesse mesmo ano, a peça foi levada para o cinema pelo francês Marcel Camus. O filme, intitulado Orfeu Negro, alcançou sucesso internacional, recebendo a Palma de Ouro, em Cannes e o Oscar de Melhor Filme estrangeiro, em Hollywood, no ano de 1959.
De volta ao Brasil, Vinicius de Moraes dedicou-se à poesia e à música popular brasileira. Fez parcerias musicais com Toquinho, Tom Jobim, Baden Powell, João Gilberto, Francis Hime, Edu Lobo, Carlos Lyra e Chico Buarque.
Entre suas parcerias destacam-se as músicas: Garota de Ipanema, escrita em 1962 e musicada por Antônio Carlos Jobim, e no ano seguinte foi lançada a versão em inglês, Gente Humilde, Arrastão, A Rosa de Hiroshima, Berimbau, A Tonga da Mironga do Kaburetê, Canto de Ossanha, Insensatez, Eu Sei Que Vou Te Amar e Chega de Saudade.
Em 1961, compôs Rancho das Flores, baseado no tema Jesus, Alegria dos Homens, de Johann Sebastian Bach. Com Edu Lobo, ganhou o Primeiro Festival Nacional de Música Popular Brasileira, com a música Arrastão.
A parceria com o músico Toquinho foi considerada a mais produtiva. Rendeu músicas importantes como Aquarela, A Casa, As Cores de Abril, Testamento, Maria Vai com as Outras, Morena Flor, A Rosa Desfolhada, Para Viver Um Grande Amor e Regra Três.
Vinicius participou de vários shows e gravações com cantores e compositores importantes como Chico Buarque de Holanda, Elis Regina, Dorival Caymmi, Maria Creuza, Miúcha e Maria Bethânia. O Álbum Arca de Noé foi lançado em 1980 e teve vários intérpretes, cantando a música infantil. Esse Álbum originou um especial para a televisão.

A produção poética de Vinicius de Moraes

Vinicius de Moraes foi um poeta significativo da Segunda Fase do Modernismo. Ao publicar sua Antologia Poética, em 1955, admitiu que sua obra poética dividia-se em duas fases:
  • A primeira fase carregada de misticismo e profundamente cristã, começa em "O Caminho para a Distância" (1933) e, termina com o poema, “Ariana, a Mulher” (1936).
  • A segunda fase, iniciada com “Cinco Elegias” (1943), assinala a explosão de uma poesia mais viril. “Nela – segundo ele – estão nitidamente marcados os movimentos de aproximação do mundo material, com a difícil, mas consistente repulsa ao idealismo dos primeiros anos.”
Ao englobar o “mundo material” em sua produção artística, Vinicius se inclinou por uma lírica comprometida com o cotidiano, onde buscou os grandes dramas sociais do seu tempo. Os poemas “Rosa de Hiroshima” (1954) e “Operário em Construção” (1956), são exemplos desse engajamento social.
Várias experiências conjugais marcaram a vida de Vinicius, casou-se nove vezes e teve cinco filhos. Suas esposas foram Beatriz Azevedo, Regina Pederneira, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nellita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues e a última, Gilda Matoso. 
Vinicius de Moraes faleceu no Rio de Janeiro, no dia 09 de julho de 1980, devido a problemas decorrentes de uma isquemia cerebral.

Obra de Vinicius de Moraes

Poesia:
  • O Caminho Para a Distância (1933)
  • Forma e Exegese (1935)
  • Ariana, a Mulher (1936)
  • Novos Poemas (1938)
  • Cinco Elegias (1943)
  • Poemas, Sonetos e Baladas (1946)
  • Pátria Minha (1949)
  • Antologia Poética (1955)
  • Livro de Sonetos (1956)
  • O Mergulhador (1965)
  • A Arca de Noé (1970)
Teatro:
  • Orfeu da Conceição (1954)
  • Cordélia e o Peregrino (1965)
  • Pobre Menina Rica (1962)
Prosa:
  • O Amor dos Homens (1960)
  • Para Viver Um Grande Amor (1962)
  • Para Uma Menina Com Uma Flor (1966)

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