A INTRODUÇÃO em qualquer trabalho científico é a apresentação do tema para o leitor. Neste sentido, ela deve conter elementos básicos para que este leitor possa compreender do que se trata o artigo. Logo, esta INTRODUÇÃO deve chamar a atenção do leitor, deve despertar interesse.
A INTRODUÇÃO deve abordar o tema, sempre iniciando na sua forma macro, chegando mais especificamente no ponto que você deseja abordar (delimitação do tema).
Deve formular a questão de pesquisa, baseada num problema identificado por você (pelos profissionais da área, pela sociedade). Esta apresentação do estudo deve conter os objetivos (geral e específicos) estabelecidos para resolver o problema levantado, bem como a justificativa, a relevência do tema a ser abordado, sendo que esta importância deve levar em conta os profissionais e acadêmicos da área de estudo, a sociedade, a instituição (quando for realizada pesquisa de campo) e o próprio acadêmico.
A INTRODUÇÃO deve terminar com a breve apresentação dos itens que serão tratados no artigo (1 parágrafo).
Certamente, a elaboração da introdução deve obedecer as normas de formatação da instituição (ABNT, Vancouver, APA), a norma culta da língua portuguesa e ser escrita no presente (tempo verbal) e na terceira pessoal (ele, eles).
Na sequência apresenta-se um exemplo de INTRODUÇÃO de um artigo de revisão de literatura na área de Educação.
INTRODUÇÃO
Nos últimos tempos tem caído
por terra a compreensão de que os processos de aprendizagem e, por conseguinte
a construção do conhecimento esteja vinculada somente as habilidades físicas,
ditas como necessárias para o desenvolvimento desse processo.
O modelo cartesiano criado
por Descartes, fundamentado nas ciências lógicas e exatas há muito vem sendo
substituído por uma abordagem mais holística que vislumbra e entende o homem
como ser social que se desenvolve a partir de suas interações sociais, pelas
quais constrói suas experiências, levando em conta seus sentimentos,
significados e interpretações pessoais de sua realidade (BATISTTI, 2010).
Neste contexto, nos últimos
anos muitos educadores têm buscado novas práticas pedagógicas que abarquem este
conjunto de sentimentos e impressões, que oferecem a cada indivíduo a sua
própria visão de mundo. Logo, esses mesmos educadores passaram a valorizar não
só as habilidades que contribuem para o desenvolvimento das competências
denominadas intelectuais, mas também aquelas que enfatizem o desenvolvimento
das competências socioemocionais. Considerando-se essas últimas imprescindíveis
não tão somente para a formação profissional do indivíduo, porém, sobretudo
para a sua formação moral, social e emocional.
No Brasil, esta nova
concepção de Educação é recente, todavia, o representante do Ministério da
Educação, no Fórum Internacional de Políticas Públicas para a Educação - Educar para as Competências do
Século XXI – em 2014, debateu as habilidades não-cognitivas e
salientou:
[...] perseverança, colaboração, autocontrole, curiosidade,
otimismo e confiança são exemplos de competências socioemocionais que devem ser trabalhadas no
ambiente escolar, a fim de estimular o desenvolvimento integral da criança, do
adolescente e do jovem (BRASIL, 2014).
Além disso, o ministro ainda
informou a adoção desta nova abordagem para a Educação brasileira, inclusive
para a rede pública, por meio da intensificação do Programa de Educação
Integral, embora esta abordagem já tenha sido implantada com sucesso por
algumas instituições dentre elas o Instituto Ayrton Senna.
Niconielo (2017, p. 1)
acrescenta:
Estudos brasileiros também atestam a importância dessas
competências. Alunos mais responsáveis, focados e organizados aprendem em um
ano letivo cerca de um terço a mais de Matemática do que os colegas. [...] As
evidências sugerem que as competências socioemocionais podem ser ensinadas nas
disciplinas convencionais se o currículo explicitar tais habilidades.
Entretanto, parte dos
educadores, presos as raízes do racionalismo, ainda não está convencida da
importância das competências socioemocionais para o desenvolvimento do processo
de aprendizagem e, sobretudo para o desempenho escolar, aspecto que motivou a
formulação da seguinte questão de pesquisa: Qual a importância das competências
socioemocionais para o desempenho escolar?
Assim, para responder esta questão
estabelece-se como objetivo geral do presente artigo: demonstrar a importância
das competências socioemocionais para o desempenho escolar. Buscando
compreender o tema estabelecem-se como objetivos específicos:
- 1. Conhecer os
principais conceitos teóricos que permeiam as competências socioemocionais;
- 2. Levantar na
literatura as principais teorias de ensino e aprendizagem;
- 3. Discutir o
papel do professor no desenvolvimento das competências socioemocionais.
Ressalta-se que o estudo que
equaciona as competências socioemocionais e o desempenho escolar é relevante
não só para os educadores, mas também para toda a sociedade, uma vez que trata
de um tema atual, pouco conhecido de grande parte da população, que por sua vez
deve ser esclarecida sobre esta nova concepção de construção de conhecimento e,
sobretudo de formação e desenvolvimento da criança e do adolescente, haja vista
que a maioria das pessoas ainda compreende a escola como o lugar onde se ensina
somente português, matemática, geografia e ciências.
Neste sentido, a informação
é valiosa para as famílias que, ao invés de tentar “calar” a curiosidade de
criança pode ajudar a direcioná-la para a busca do conhecimento.
Além disso, a escolha deste
tema justifica-se pela possibilidade de promover uma reflexão entre os
educadores, com o fim de reavaliar seus saberes e significados conceituais para
articular novas maneiras de ensinar.
Assim, dentro desta
perspectiva, o presente estudo aborda de forma breve os conceitos teóricos que
envolvem as competências socioemocionais, os principais processos de ensino e
aprendizagem e o papel do professor nesta “nova escola”.
Silvia Laura Abrahão
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