terça-feira, 22 de outubro de 2019

OSWALD DE ANDRADE

Oswald de Andrade foi escritor e dramaturgo brasileiro. Fundou junto com Tarsila o "Movimento Antropofágico". Foi uma das personalidades mais polêmicas do Modernismo. Era irônico e gozador, teve uma vida atribulada, foi militante político, foi o idealizador dos principais manifestos modernistas. Ao lado da pintora Anita Malfatti, do escritor Mário de Andrade e de outros intelectuais organizou a Semana de Arte Moderna de 1922.

José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890. Filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Souza Andrade fez seus primeiros estudos no Ginásio de São Bento, onde ouviu de um professor que ia ser escritor. Passou a comprar livros e a escrever.
Oswald de Andrade estreou como jornalista em 1909, no Diário Popular, que publicou seu primeiro artigo “Penando”, uma reportagem da excursão do presidente Afonso Pena aos Estados do Paraná e Santa Catarina. Nesse mesmo ano, iniciou-se como crítico teatral.
Em 1911, fundou a revista semanal “O Pirralho”, que ele mesmo dirigiu, junto com Alcântara Machado e Juó Bananère. O semanário contava, entre outros colaboradores, com o pintor Di Cavalcanti.
Em 1912, Oswald de Andrade fez sua primeira viagem à Europa, de onde voltou com as novidades de vanguarda como o “Manifesto Futurista” de Marinetti, e com a estudante francesa, Kamiá, mãe de seu primeiro filho nascido em 1914.
De volta a São Paulo, alugou um apartamento na Rua Líbero Badaró, o local era frequentado por muitos intelectuais, entre eles: Monteiro Lobato, Guilherme de Almeida e Mário de Andrade. Em 1917 sua revista foi fechada. Nesse mesmo ano, em sua coluna no Jornal do Comércio defendeu Anita Malfatti das críticas de Monteiro Lobato.

Semana de Arte Moderna

Em 1918, Oswald de Andrade formou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo, mas nunca advogou. Iniciou uma amizade com Mário de Andrade, e juntos representaram as principais lideranças no processo de implantação e definição da literatura modernista no Brasil.
A participação ativa na Semana de Arte Moderna de 22 é seguida de sua segunda viagem à Europa, já com sua companheira a pintora Tarsila do Amaral. Em Paris, na Sorbonne, realizou a conferência O Esforço Intelectual do Brasil Contemporâneo.

Manifesto Pau-Brasil

Oswald de Andrade lançou em 18 de março de 1924, um dos mais importantes manifestos do ModernismoManifesto Pau-Brasil, publicado no Correio da Manhã. Explicando o nome do manifesto, o autor diz "Pensei em fazer uma poesia de exportação. Como o pau-brasil foi a primeira riqueza brasileira exportada, denominei o movimento Pau-Brasil".
Em 1925, em Paris, Oswald de Andrade lançou o livro de poemas Pau-Brasil, ilustrado por Tarsila, onde apresentou uma literatura extremamente vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil.
Em 1926 casou-se com a pintora Tarsila do Amaral. Dois anos depois, radicalizando o movimento nativista, fundam – na literatura e na pintura – o “Movimento Antropofágico” no qual propôs que o Brasil devorasse a cultura estrangeira e criasse uma cultura revolucionária própria.
Em 1929, Oswald rompeu com Mário de Andrade e separou-se de Tarsila do Amaral. Filia-se ao Partido Comunista, conheceu a escritora e militante política Patrícia Galvão, a Pagu. ra-se em 1931 e juntos fundaram o jornal “O Homem do Povo”, que pregava a luta operária e durou até 1945.
Da união com Pagu nasceu seu segundo filho. Em 1944, mais um casamento, desta vez com Maria Antonieta D'Aikmin, com quem teve duas filhas e permaneceu casado até o fim de sua vida.
Oswald de Andrade faleceu em São Paulo, no dia 22 de outubro de 1954.

Poesia de Oswald de Andrade

Oswald de Andrade sempre foi irônico e crítico, pronto para satirizar os meios acadêmicos ou a própria burguesia, classe da qual se originou. Sem ser ingênuo e ufanista, defendia a valorização de nossas origens, do passado histórico-cultural, mas de forma crítica. Na sua visão de Brasil, procura captar a natureza e as cores próprias do país, como nesse poema:
Bucólica
Agora vamos correr o pomar antigo

Bicos aéreos de patos selvagens
Tetas verdes entre folhas
E uma passarinhada nos vaia
Num Tamarindo
Que decola para o anil
Árvores sentadas
Quitandas vivas de laranjas maduras
Vespas

Prosa e Teatro de Oswald de Andrade

O romance foi o gênero de prosa que mais despertou o interesse de Oswald de Andrade. O autor estreou na prosa em 1922, com o romance Os Condenados, primeiro volume da intitulada Trilogia do Exílio, que incorpora ainda os volumes Estrela do Absinto (1927) e Escada Vermelha (1934).
As principais expressões da prosa do escritor são os romances Memórias Sentimentais de João Miramar (1924) e Serafim Ponte Grande (1933).
Foi no teatro que Oswald de Andrade estreou na literatura, em 1916, com as peças Leur Âme e Mon Coeur Balance. Mas no teatro nacional lançou três importantes textos dramáticos: O Homem e o Cavalo (1934), O Rei da Vela (1937) e A Morta (1937).

Obras de Oswald de Andrade

  • Os Condenados, romance, 1922
  • Memórias Sentimentais de João Miramar, romance, 1924
  • Manifesto Pau-Brasil, 1925
  • Pau-Brasil, poesias, 1925
  • Estrela de Absinto, romance, 1927
  • Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade, 1927
  • Manifesto Antropófago, 1928
  • Serafim Pontes Grande, romance, 1933
  • O Homem e o Cavalo, teatro, 1934
  • Escada Vermelha, romance, 1934
  • O Rei da Vela, teatro, 1937
  • A Morta, teatro, 1937
  • Marco Zero I - A Revolução Melancólica, romance, 1943
  • A Arcádia e a Inconfidência, ensaio, 1945
  • Ponta de Lança, ensaio, 1945
  • Marco Zero II - Chão, romance, 1946
  • A Crise da Filosofia Messiânica, 1946
  • O Rei Floquinhos, teatro, 1953
  • Um Homem Sem Profissão, memórias, 1954
  • A Marcha das Utopias, 1966 (edição póstuma)
  • Poesias Reunidas, (edição póstuma)
  • Telefonemas, crônicas, (edição póstuma)

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