quinta-feira, 27 de junho de 2019

JOÃO GUIMARÃES ROSA

Guimarães Rosa foi um escritor brasileiro. O romance "Grandes Sertões: Veredas" é sua obra prima. Fez parte do 3º. Tempo do Modernismo, caracterizado pelo rompimento com as técnicas tradicionais do romance.

João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, pequena cidade do interior de Minas Gerais, no dia 27 de junho de 1908. Filho de um comerciante da região, aí fez seus estudos primários, seguindo em 1918, para Belo Horizonte, para casa de seus avós, onde estudou no Colégio Arnaldo. Cursou Medicina na Faculdade de Minas Gerais, formando-se em 1930. Datam dessa fase seus primeiros contos, publicados na revista O Cruzeiro.
Depois de formado foi exercer a profissão em Itaguara, município de Itaúna, onde permaneceu por dois anos. Culto, sabia falar mais de nove idiomas. Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, voltou para Belo Horizonte para servir como médico voluntário da Força Pública. Posteriormente, atuou como oficial médico no 9º. Batalhão de Infantaria em Barbacena.
Em 1936, Guimarães Rosa participou de um concurso ao Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras, com uma coletânea de contos chamada "Magma", conquistando o primeiro lugar, mas não publicou a obra.

Em 1934, o domínio de vários idiomas levou Guimarães Rosa para o Rio de Janeiro, onde prestou concurso para o Itamarati, conquistando o segundo lugar. Em 1938 já era cônsul-adjunto na cidade de Hamburgo, na Alemanha. Quando o Brasil rompeu aliança com a Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, Guimarães, junto com outros brasileiros, foi preso em Baden-Baden, em 1942.

Libertado no fim do ano, seguiu para Bogotá, como secretário da Embaixada Brasileira. Entre 1946 e 1951 residiu em Paris, onde consolidou sua carreira diplomática e passou a escrever com maior assiduidade.

Sagarana

Em 1937, Guimarães Rosa começou a escrever "Sagarana", volume de contos que retrata a paisagem mineira, a vida das fazendas, dos vaqueiros e dos criadores de gado. Com a obra, participa de um concurso ao Prêmio Humberto de Campos, perdendo o primeiro lugar para Luís Jardim.
Em 1946, depois de refazer a obra, e reduzir de 500 para 300 páginas, publicou "Sagarana". O estilo era absolutamente novo, a paisagem mineira ressurgia viva e colorida, as personagens expressavam o pitoresco de sua vida regional. Sucesso de crítica e público. Seu livro de contos recebeu o Prêmio da Sociedade Felipe d'Oliveira, esgotando-se, no mesmo ano as duas edições.

Corpo de Baile

Em 1952, em excursão ao Estado de Mato Grosso, conviveu com os vaqueiros do oeste do Brasil, e escreveu uma reportagem poética, "Com o Vaqueiro Mariano", publicada no Correio da Manhã. Passados dez anos de sua estreia, Guimarães publicou "Corpo de Baile" (1956), um conjunto de novelas, em dois volumes, com 822 páginas, onde Guimarães continuou a mesma apresentação focada em "Sagarana", mas agora com arrojadas experiências linguísticas.

Grandes Sertões Veredas

Em maio de 1956, Guimarães Rosa publicou "Grandes Sertões: Veredas", narrativa épica, em seiscentas páginas, onde apresenta uma linguagem fortemente marcada pela variante caboclo-sertaneja da língua portuguesa, e pela temática, de um lado ligada aos temas do coronelismo e dos jagunços e, de outro, impregnada de uma problemática metafísica e teológica (o problema de Deus, o sentido da vida, etc.). A obra passou a ser o seu grande sucesso editorial.

Em 1963, Guimarães Rosa foi eleito por unanimidade para a Academia Brasileira de Letras, mas somente tomou posse em 16 de novembro de 1967. Três dias depois da posse, sofreu um infarto.

João Guimarães Rosa morreu no Rio de Janeiro, no dia 19 de novembro de 1967.

Obras de Guimarães Rosa

Sagarana, contos, 1946;

Corpo de Baile, novela, 1956;
Grandes Sertões: Veredas, romance, 1956;
Primeiras Estórias, contos, 1962;
Tutameia, contos, 1967;
Estas Estórias, contos, 1969 (Obra póstuma).
Ave, Palavra, 1970 (Obra póstuma)
Magma, contos, 1997 (Obra póstuma)

Nenhum comentário:

Postar um comentário