Mia Couto (1955) é um escritor, poeta e jornalista moçambicano. Ganhador do Prêmio Camões de 2013. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras para a cadeira n.º 5.
Mia Couto, pseudônimo de Antônio Emílio Leite Couto, nasceu na cidade da Beira, em Moçambique, África, no dia 5 de julho de 1955. Filho de Fernando Couto, emigrante português, jornalista e poeta que pertencia aos círculos intelectuais de sua cidade.
Com 14 anos, Mia Couto publicou seus primeiros poemas no jornal Notícias da Beira. Em 1971 deixou sua cidade e foi para a capital Lourenço Marques, hoje Maputo. Ingressou no curso de Medicina, mas depois de três anos abandonou a faculdade.
A partir de 1974 dedicou-se ao jornalismo. Trabalhou na Tribuna, foi diretor da revista semanal Tempo, entre 1979 e 1981, e trabalhou no jornal Notícias, até 1985.
Primeiro livro
Em 1983, Mia Couto publicou seu primeiro livro de poesias “Raízes de Orvalho”. Em 1985, abandonou a carreira de jornalista e ingressou no curso de Biologia, da Universidade de Eduardo Mondlane, com especialidade em Ecologia.
Terra Sonâmbula
Em 1992, Mia Couto publicou “Terra Sonâmbula”, seu primeiro romance, escrito em prosa poética, onde compõe uma bela fábula passada no Moçambique pós-independência, uma vez que esteve mergulhado na devastadora guerra civil que se estendeu por dez anos.
Em 1995, a obra ganhou o Prêmio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos. O livro foi considerado, por um júri especial da Feira do Livro de Zimbabwe, um dos dez melhores livros africanos do século XX.
Prêmios
Mia Couto é o autor moçambicano mais traduzido e divulgado no exterior e um dos autores estrangeiros mais vendidos em Portugal.
Recebeu inúmeros prêmios nacionais e internacionais, por vários dos seus livros e pelo conjunto da obra literária, entre eles:
- Prêmio Vergílio Ferreira (1999, pelo conjunto da obra);
- Prêmio União Latina de Literaturas Românicas (2007);
- Prêmio Camões (2013).
É o único escritor africano que é membro da Academia Brasileira de Letras, como sócio correspondente, eleito em 1998, para a cadeira n.º 5.
Biólogo
Como Biólogo, especializado em Ecologia, Mia Couto foi o responsável pela preservação da reserva natural da Ilha de Inhaca, em 1992.
Realizou trabalhos de pesquisa em diversas áreas, especialmente em áreas costeiras. É diretor da empresa Impacto, que realiza avaliações de impacto ambiental. É professor da cadeira de Ecologia em diversas faculdades da Universidade Eduardo Mondlane.
Mia Couto além de escrever poesias, escreveu contos, romances e crônicas.
Sotaque da Terra
Estas pedrassonham ser casaseiporque faloa língua do chãonascidana véspera de mimminha vozficou cativa no mundo,pegada nas areias do Índicoagoraouço em mimo sotaque da terrae chorocomo as pedrasa demora de subirem ao sol
Obras de Mia Couto
- Vozes Anoitecidas (1986)
- Cada Homem é Uma Raça (1990)
- Cronicando (1991)
- Raízes de Orvalho (1993)
- Mar Me Quer (2000)
- Um Rio Chamado Tempo (2002)
- O Fio das Miçangas (2003)
- Mar Me Quer (2004)
- O Gato e o Escuro (2008)
- Venenos de Deus, Remédios do Diabo (2008)
- Tradutor de Chuvas (2011)
- A Confissão da Leoa (2012)
- Mulheres de Cinza (2015)
- O Bebedor de Horizontes (2017)
Nenhum comentário:
Postar um comentário