quinta-feira, 10 de junho de 2021

REVOLTA LIBERAL de 1842 EM MINAS GERAIS

Em 1840, quando D. Pedro II assumiu o trono do Brasil, o Exército estava empenhado na pacificação de movimentos armados nas províncias do Pará (Cabanagem) e do Maranhão (Balaiada), e lutando para debelar a Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul. Tais rebeliões refletiam a instabilidade política gerada pela disputa entre liberais e conservadores, a qual se arrastou durante todo o período regencial. O Partido Liberal reunia defensores de ideias renovadoras, enfatizando a maior autonomia das províncias e contrapondo-se ao Partido Conservador.



Em 1842, a Assembleia Geral dos liberais foi dissolvida e os conservadores novamente retomaram o poder. Reagindo à dissolução da Assembleia, os liberais articularam um movimento armado contra a ascensão ao poder do Partido Conservador, inicialmente na província de São Paulo, depois expandindo-se para Minas Gerais. Os liberais visualizaram a derrubada do Gabinete de Ministros conservadores, sob o argumento de verem nele indícios de autoritarismo.

Com o objetivo de angariar apoio político e popular, os liberais divulgaram a falsa notícia de que o imperador havia sido coagido para aprovar a legislação conservadora, e que estava em prisão domiciliar em seu palácio.

Na Província de Minas Gerais, a revolta teve início em 10 de junho de 1842, na cidade de Barbacena, escolhida como sede do governo revolucionário. Os liberais, liderados por Teófilo Ottoni, conseguiram a adesão da Guarda Nacional, depondo o presidente da província, Bernardo Jacinto da Veiga, e substituindo-o por José Feliciano Pinto Coelho da Cunha.

Coube à Caxias a tarefa de dominar a sublevação liberal. Embora Caxias temesse que os rebeldes tomassem Ouro Preto, capital da província, estes tinham por objetivo principal conquistar Queluz, abrindo caminho para a capital. Assim, Queluz foi atacada, em 26 de julho, pelos revoltosos.  

Na verdade, vários legalistas foram feitos prisioneiros e houve um total cinquenta mortos. A conquista de Queluz pelos rebeldes abriu-lhes o caminho para o ataque a Ouro Preto. A notícia da derrota dos revoltosos paulistas, no entanto, arrefeceu o ânimo dos liberais mineiros e dividiu a opinião de seus líderes sobre a viabilidade de Ouro Preto. Buscando ocupar uma posição mais segura, os revoltosos seguiram para Lagoa Santa, onde se entrincheiraram, após terem sido cercados pelas forças imperiais no arraial de Santa Luzia.

Na manhã do dia 20 de agosto, Caxias investiu sobre os revoltosos. As baixas das forças imperiais foram mínimas, totalizando 72 mortos e feridos; enquanto os rebeldes perderam 60 mortos, 100 feridos e 300 prisioneiros. Os vencidos, entre os quais se encontravam Teófilo Ottoni e Camilo Maria Ferreira Armond (conde de Prados), foram enviados para a prisão em Ouro Preto e Barbacena.

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