Candido Portinari foi um pintor brasileiro, um dos principais nomes do Modernismo cujas obras alcançaram renome internacional, como o painel Guerra e Paz, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque e a série, Emigrantes do acervo do Museu de Arte de São Paulo (MASP).
Candido Portinari nasceu em Brodósqui, no interior de São Paulo, no dia 29 de dezembro de 1903. Filho dos imigrantes italianos Giovan Battista Portinari e Domenica di Bassano era o segundo filho entre 12 irmãos. Aos seis anos já começava a desenhar. Não concluiu o curso primário. Aos 14 anos participa da restauração da Igreja de Brodowski.
Com 15 anos, Portinari foi para o Rio de Janeiro, instalou-se na casa de parentes e ingressou no Liceu de Artes e Ofícios, mas a cidade grande não lhe fascinava e retornou para Brodósqui. Com 18 anos retornou para o Rio e ingressou na Escola Nacional de Belas Artes.
Em 1921, vendeu a tela Baile na Roça, que havia pintado assim que chegara à cidade. Em 1922 expôs no Salão da Escola de Belas Artes. Em 1923, o “Retrato de Paulo Mazuchelli”, ganhou três prêmios do Salão.
Recebeu do diretor da escola o direito de escolher seus professores. Em 1928, apresentou-se no Salão e conquistou o prêmio de uma viagem para o exterior com o retrato de “Olegário Mariano”.
Candido Portinari viajou para Europa, visitou a Itália, Inglaterra e Espanha, e se estabeleceu em Paris, na Rue du Dragon, entre os museus de Luxemburgo e Louvre. Em 1930, casou-se com a uruguaia Maria Martinelli. Durante dois anos em Paris, produziu apenas três naturezas-mortas.
Em 1931, voltou ao Rio de Janeiro e em seis meses pintou quarenta telas. Nesse mesmo ano, foi convidado por seu antigo colega da Escola de Belas Artes e atual diretor da Academia, o arquiteto Lúcio Costa, para participar do Salão.
Em 1932, Portinari realizou uma exposição individual no Palace Hotel, no Rio. A partir de então, se concentrou na temática social e na busca de exprimir a terra brasileira. A tela O Café (1934) define essa fase.
Em 1935, a obra foi premiada na Exposição Internacional de Arte Moderna, promovida nos Estados Unidos pela Fundação Carnegie. Tornou-se o primeiro pintor modernista premiado no exterior.
O realismo de Portinari começou a tender para o monumental, os motivos da exaltação do trabalho braçal e da exaltação homem-terra ganharam primazia em suas obras. Ainda em 1935, foi convidado a ensinar pintura mural no Instituto de Arte da Universidade do Distrito Federal. Entre seus alunos está Burle Marx, o futuro paisagista de renome.
Em 1936 pintou afrescos do Monumento Rodoviário, na estrada Rio-São Paulo. Entre 1936 e 1945, pintou 9 painéis para o novo prédio do Ministério de Educação e Cultura, com temas dos ciclos econômicos de Brasil, entre eles: Algodão, Carnaúba, Borracha, Cana de Açúcar, Cacau, Pau-Brasil e Fumo.
Em 1939, Portinari criou 3 painéis para o pavilhão brasileiro na Feira Mundial de Nova Iorque. Nesse ano, nasceu seu filho João Candido. Em 1942, pintou os afrescos da Biblioteca do Congresso, em Washington.
Em 1944, foi convidado por Oscar Niemayer para decorar a capela da Pampulha em Belo Horizonte. Pintou o “São Francisco” e 14 cenas da “Via Sacra”.
Em consequência das objeções estética, a Igreja recusou a consagração do templo durante anos. Também dessa fase é a série Retirantes (1946), com seus personagens esquálidos e mutilados e maltrapilhos, que é exposta em Paris e tem uma tela adquirida pelo Museu de Arte Moderna.
Em 1940, Portinari executou o grande painel Tiradentes para o Colégio Cataguases em Minas Gerais. Em 1952 criou o painel A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia.
Nesse mesmo ano, começou o estudo para os dois grandes painéis Guerra e Paz da sede da ONU em Nova Iorque, que foram terminados em 1956.
Nos últimos anos da década de 1950, o Modernismo brasileiro deu um passo além do expressionismo, mas Portinari permaneceu fiel ao seu estilo, uma vez que o abstracionismo pusera em crise todo o seu mundo estético.
Em 1960 nasceu sua neta Denise, que passou a ser tema de seus últimos trabalhos – uma série de retratos que denotam influência cubista.
Candido Portinari faleceu no Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro de 1962, vítima de intoxicação das tintas que utilizava.
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