quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

MANUEL BANDEIRA

Manuel Bandeira foi um poeta brasileiro. "Vou-me Embora pra Pasárgada" é um dos seus mais famosos poemas. Foi também professor de Literatura, crítico literário e crítico de arte. Os temas mais comuns de sua obra são: a paixão pela vida, a morte, o amor e o erotismo, a solidão, o cotidiano e a infância.

Manuel Bandeira nasceu na cidade do Recife, Pernambuco, no dia 19 de abril de 1886. Filho do engenheiro Manuel Carneiro de Souza Bandeira e de Francelina Ribeiro, abastada família de proprietários rurais, advogados e políticos. Seu avô materno Antônio José da Costa Ribeiro, foi citado no poema "Evocação do Recife". A casa onde morava, localizada na Rua da União, no centro do Recife é citada como "a casa do meu avô".
Manuel Bandeira viajou, junto com sua família, para o Rio de Janeiro, em 1890. Ingressou no Colégio Pedro II, onde foi amigo de Souza da Silveira, um estudioso da língua portuguesa. Em 1892 voltou para o Recife. É nessa época que escreveu seus primeiros versos, não pensava ainda em ser poeta. Em 1903 foi para São Paulo e ingressou na Escola Politécnica, no curso de Arquitetura, mas no fim do ano letivo teve que abandonar os estudos, por ter contraído tuberculose. Voltou para o Rio de Janeiro onde tentou tratamento em estâncias climáticas em Teresópolis e Petrópolis.
Em 1913, Manuel Bandeira foi para o sanatório de Cladavel, na Suíça, onde conviveu com o poeta francês Paul Éluard, que colocou Manuel Bandeira a par das inovações artísticas que vinham ocorrendo na Europa. Discutiam sobre a possibilidade do verso livre na poesia. Esse aspecto técnico veio fazer parte da poesia de Bandeira, que foi considerado o mestre do verso livre no Brasil.
Com o início da Primeira Guerra, em 1914, Bandeira voltou a morar no Rio de Janeiro. Em 1916, morreu sua mãe. Em 1917, publicou seu primeiro livro "A Cinza das Horas", de nítida influencia Parnasiana e Simbolista. Em 1918, morreu sua irmã, que tinha sido sua enfermeira durante muito tempo. Em 1919, publicou "Carnaval", que representou sua entrada no movimento modernista. No ano seguinte morreu seu pai.
Em 1921, conheceu Mário de Andrade e através deste, colaborou com a revista modernista Klaxon, com o poema “Bonheur Lyrique”. Morando no Rio de Janeiro, estava distante do grupo paulista que centralizava os ataques à cultura oficial e propunha mudanças. Para a Semana de Arte Moderna de 1922, enviou o poema "Os Sapos", que lido por Ronald de Carvalho, tumultuou o Teatro Municipal. Nesse mesmo ano morreu seu irmão.
Manuel Bandeira foi cada vez mais se engajando no ideário modernista. Em 1924, publicou "Ritmo Dissoluto". A partir de 1925, escreveu crônicas para jornais onde fez críticas de cinema e música. Em 1930, publicou "Libertinagem", obra de plena maturidade modernista. No poema "Evocação do Recife" que integra a obra, tematiza a infância, faz uma descrição da cidade do Recife no fim do século XIX. Incorpora também vários temas ligados à cultura popular e ao folclore.
Em 1938, foi nomeado professor de Literatura do Colégio Pedro II. Em 1940 foi eleito para Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de nº24. A partir de 1943 foi nomeado professor de Literatura Hispano-Americana da Faculdade Nacional de Filosofia. Em 1957, viajou durante quatro meses pela Europa. Ao completar oitenta anos, em 1966, publicou “Estrela da Vida Inteira”.
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho faleceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de outubro de 1968.

OBRAS DE MANUEL BANDEIRA

A Cinza das Horas, poesia, 1917
Carnaval, poesia, 1919
Os Sapos, poesia, 1922
O Ritmo Dissoluto, poesia, 1924
Libertinagem, poesias reunidas, 1930
Estrela da Manhã, poesia, 1936
Crônicas da Província do Brasil, prosa, 1937
Guia de Ouro Preto, prosa, 1938
Noções de História das Literaturas, prosa, 1940
Lira dos Cinquent'Anos, poesia, 1940
Belo, Belo, poesia, 1948
Mafuá do Malungo, poesia, 1948
Literatura Hispano-Americana, prosa, 1949
Gonçalves Dias, prosa, 1952
Opus 10, poesia, 1952
Intinerário de Pasárgada, 1954
De Poetas e de Poesias, prosa, 1954
Flauta de Papel, prosa, 1957
Estrela da Tarde, poesia, 1963
Vou-me Embora pra Pasárgada, poesia, 1964
Andorinha, Andorinha, prosa, 1966 (textos reunidos por Drummond)
Estrela da Vida Inteira, poesias reunidas, 1966
Evocação do Recife, poesia, 1966
Colóquio Unilateralmente Sentimental, prosa, 1968

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