sábado, 21 de setembro de 2019

O POETA VIRGÍLIO

Virgílio foi um poeta italiano, autor do poema épico Eneida, um dos clássicos da literatura ocidental.

Publius Virgilius Maro, conhecido como Virgílio, nasceu em Andes, perto de Mântua, Itália, no dia 15 de outubro do ano 70 a. C. Filho de um abastado administrador de fazenda passou a infância no campo. Estudou retórica astronomia e medicina na vizinha Cremona e em Milão. Em Roma, tomou contato com a filosofia dos epicuristas e dos estoicos gregos.

De volta a Mântua, em 43 a. C. Virgílio dedicou-se inteiramente à literatura. Redigiu suas primeiras Bucólicas (poesia pastoral em forma de diálogo), inspiradas nas obras de Teócrito, poeta grego de Siracusa, criador da poesia pastoral. Seus poemas chamaram a atenção de vários aristocratas.

Seus primeiros poemas retratavam as lembranças dos maus momentos passados no confisco de propriedades rurais praticado para premiar os veteranos de César. O sítio de Virgílio não foi poupado, mas o poeta recorreu e ganhou outra propriedade.
A quarta écloga dessa coletânea é o mais polêmico dos poemas latinos. Prenuncia o nascimento de uma criança como o limiar de uma nova Idade de Ouro para o mundo. Alguns anos mais tarde nascia Jesus, por isso, ela ficou conhecida como “a écloga messiânica”. Virgílio foi o poeta querido da Europa cristã medieval, onde suas obras eram textos básicos para o estudo da gramática nas escolas.

Geórgicas

De 37 a. C a 30 a. C. o poeta escreveu o poema bucólico “Geórgicas” - quatro livros dedicados à agricultura, num misto de didatismo e louvor à vida nos campos da Itália. Na introdução do primeiro livro, Augusto é proclamado uma nova divindade, e o livro trata do trabalho na terra. O segundo versa sobre o crescimento das árvores. O terceiro trata sobre o gado e o último sobre as abelhas.
A obra, um poema didático dedicado à agricultura, foi encomendado por Mecenas, que reconheceu os dotes de seu protegido, e pretendia incentivar o grandioso programa de reconstrução empreendido por Augusto para encorajar a volta da população rural aos campos, devastados pela guerra civil.
Virgílio foi consagrado poeta oficial de Augusto e não teve dificuldades materiais, era dono de invejável patrimônio: uma casa em Roma, uma vila em Nápoles, outra na Campânia.

Eneida

O êxito das “Geórgicas” consagrou Virgílio e deu-lhe confiança no próprio talento. Por isso aceitou novo convite do próprio Augusto - que desde a vitória sobre Antônio, concentrava todo o poder em suas mãos. Para compor novo poema, bem mais ambicioso que os anteriores, Virgílio deu início à "Eneida".
A “Eneida” é uma vasta epopeia patriótica destinada a legitimar, pela evocação de suas origens ilustres, as altas aspirações de Roma. Augusto apontava como fundador da sua estirpe Enéias, um dos heróis da Ilíada. Era preciso dar consciência a essa lenda, fundamentá-la na História e na Mitologia com os poderes da poesia.
Virgílio levou dez anos para escrever a Eneida, onde reuniu as atribuições de Enéias desde a destruição de Tróia até a chegada ao Lácio e a fundação de uma nova pátria em terras da Itália.
Faltava apenas uma revisão final, quando Virgílio resolveu percorrer os cenários de sua epopeia. Embarcou em um navio com destino à Grécia, porém adoeceu em Megara e teve que regressar à Itália, falecendo poucos dias depois.

Virgílio e Dante

A Eneida constitui uma idealização das virtudes que fundaram e mantiveram o Império Romano. Muito mais tarde, o poeta Dante (1265-1321) perceberia essa intenção e por isso, na Divina Comédia, elegeu Virgílio como seu guia na viagem  pelo outro lado do mundo.
Virgílio faleceu em Brindisi, Itália, no dia 21 de setembro de 19 a.C.

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