quarta-feira, 28 de agosto de 2019

SÁ DE MIRANDA: O CRIADOR DO SONETO

Francisco de Sá de Miranda nasceu no dia 28 de agosto de 1481 na cidade de Coimbra. Ele é considerado um dos mais tradicionais poetas portugueses que com seu estilo fez grande influência nos escritos do país entre os séculos XV e XVI. 

Miranda era filho de Gonçalo Mendes e Inês de Melo, com eles viveu em S. Salvador do Campo, freguesia portuguesa de Barcelos, e em Coimbra. Não se sabe muito sobre os primeiros anos do poeta, sendo a fase de seu nascimento até a sua chegada à Universidade de Lisboa uma série de hipóteses de alguns estudiosos. Depois dessa fase, a sua vida ganhou mais relatos até que em 15 de março de 1558, Sá de Miranda vem a falecer na cidade de Amares.
Sá de Miranda se aprofundou nos estudos de Humanidade, Retórica e Gramática, depois disso começou a frequentar aulas na Universidade de Lisboa, onde acabou por se formar doutor em Direito. Demonstrando grande capacidade na área, Miranda passou de aluno a professor e faz sua carreira na Universidade, frequentando a Corte na mesma época até o ano de 1521. Além de lecionar, compunha cantigas, vilancetes e esparsas.
Miranda viajou pela Itália e lá conheceu o ambiente literário do Renascimento, embora o contato do poeta com a literatura viesse de bem antes disso. Absolvendo as ideias italianas do Renascimento, Sá de Miranda acabou por adicionar os elementos dessa escola literária aos seus textos, apresentando ao meio literário português uma nova estética de sonetos, sextina, canção, tercetos, oitavas e versos com dez sílabas. Ele foi o pioneiro a utilizar as formas clássicas, iniciando o Renascimento em Portugal. 
O português escrevia além de poesias, peças de teatro. Uma de suas obras dramáticas mais conhecidas é a tragédia “Cleópatra”. Outro meio de contribuição de Sá de Miranda para a história foi com algumas cartas que continham verso e comédias, das quais se destacaram “Vilhalpandos” e “Estrangeiros”. 
Confira a seguir uma das poesias em português lusitano do autor:
Comigo me desavim,
sou posto em todo perigo;
não posso viver comigo
nem posso fugir de mim.
Com dor da gente fugia,
antes que esta assi crecesse;
agora já fugiria
de mim, se de mim pudesse.
Que meo espero ou que fim
do vão trabalho que sigo,
pois que trago a mim comigo
tamanho imigo de mim?

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