sábado, 17 de agosto de 2019

DIOGO FEIJÓ

Diogo Antônio Feijó foi um estadista, Regente Imperial e padre brasileiro. Foi Deputado Geral por São Paulo, foi Senador e Ministro da Justiça.

Diogo Antônio Feijó, também conhecido como Padre Feijó, nasceu em São Paulo, no dia 17 de agosto de 1784. Filho de mãe solteira foi criado por um tio, padre Fernando e pela avó. Passou a infância entre as cidades de Cotia, São Paulo, Parnaíba e Guaratinguetá. O padre José Gonçalves Lima, um parente próximo, se encarregou de prepará-lo para o sacerdócio.
Com 19 anos foi morar em São Carlos, onde dava aulas de latim e português. Depois de estudar filosofia em São Paulo, ordenou-se sacerdote em 25 de outubro de 1805. Permaneceu em São Carlos como sacerdote e agricultor, até 1818, quando resolveu se transferir para Itu, que nessa época era uma das sedes da comarca e com movimentado ambiente político.
Em Itu, o Padre Feijó ingressou no movimento separatista, que fazia oposição ao predomínio dos Andradas na política paulista. Em 1821 foi eleito deputado às cortes gerais e extraordinárias de Portugal e seguiu para Lisboa onde seria redigida a nova Constituição para o país. Chegando lá, encontrou um ambiente hostil, pois para os portugueses a única função dos brasileiros era apenas assinar a Constituição.
Depois de três meses de sessões na Corte de Lisboa, e de pregar a independência do Brasil, Diogo Feijó pediu a palavra e os portugueses estarrecidos ouviram o padre pronunciar um discurso em defesa dos interesses brasileiros, o que causou um movimento de perseguição contra os deputados do Brasil. Nas vésperas da aprovação da Constituição, os sete deputados brasileiros viram-se obrigados a fugir para a Inglaterra e de lá voltaram para o Brasil.
No dia 21 de dezembro de 1822, Feijó desembarcou no Recife, Pernambuco, e só então tomou conhecimento da proclamação da independência do Brasil. Retornou para Itu e se dedicou inteiramente à causa da Independência. Em 1824, obrigou a Câmara de Itu a reformar o projeto da Constituição do Império. Contrário às diversas medidas restritivas da Constituição, outorgada em 1824, despertou a antipatia de D. Pedro I.
Em 1926, Diogo Feijó reiniciou a carreira política. Foi nomeado deputado por São Paulo nas legislaturas de 1826-1829 e 1830-1833. Destacou-se nos debates em defesa da abolição do celibato clerical e pelos ataques ao imperador, no movimento de resistência ao absolutismo que resultou na abdicação de D. Pedro I no dia 7 de abril de 1831, que na visão da classe dominante foi a confirmação da Independência.
Com a menoridade de futuro imperador do Brasil, o país passou a ser governado por regências, até 23 de julho de 1840, quando D. Pedro II foi declarado de maior idade. Em julho de 1831, Diogo Feijó, então deputado, foi convidado para ocupar a pasta do Ministério da Justiça, em nome do Partido Moderado. Exigiu o ministro que lhe fosse dada inteira liberdade de ação nos assuntos de seu ministério.
Agiu Feijó com energia e eficiência, sufocando motins e revoltas, mantendo a ordem a todo custo. Um decreto importante, de cunho abolicionista, marcou sua atuação, quando declarou livres todos os escravos vindos de fora do Império. Porém, sua lei não foi cumprida.
Para Feijó, José Bonifácio de Andrade, do Partido Restaurador, era o principal responsável pela revolta que irrompera no Rio de Janeiro, em 3 de abril de 1832, e fonte de muitas intrigas políticas. Debelada a revolta, exigiu que José Bonifácio fosse destituído do cargo de tutor do infante D. Pedro II, mas o Parlamento rejeitou o pedido. Insatisfeito, Feijó deixou o ministério e retirou-se para São Paulo. Em 1933 foi eleito para o Senado pelo Rio de Janeiro.

A Regência de Feijó

Com a morte de D. Pedro I em Portugal em 24 de setembro de 1834, extinguia-se o partido Restaurador. Após a promulgação do Ato Adicional em 12 de agosto de 1834 que criava o Regente Único, Feijó foi o escolhido mediante consulta popular.
A “Regência Uma” de Diogo Feijó exercida entre 12 de outubro de 1835 e 19 de setembro de 1837, enfrentou grande oposição política e algumas revoltas que agitaram o Brasil, tais como a Cabanagem, no Pará, e a Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul.
Feijó não conseguiu encontrar soluções imediatas para os problemas nacionais. A Câmara negou fundos para debelar as rebeliões. Os atritos entre a Câmara e o Executivo passaram a ser constantes. Quando ainda dispunha de dois anos na regência, em 19 de setembro de 1837, Feijó renunciou. Nomeou interinamente o pernambucano Pedro Araújo Lima, futuro Marquês de Olinda.

Diogo Feijó só retornou à atividade parlamentar em 1839, quando foi eleito presidente do Senado. No dia 23 de julho de 1840 assistiu a coroação de D. Pedro II, depois do golpe da maioridade, uma trama dos liberais, dando início ao Segundo Reinado.

Durante os levantes liberais de 1842, que pretendiam impedir a ascensão dos conservadores ao poder, Feijó assumiu a liderança em Sorocaba. Foi preso, levado para Santos, depois para o Espírito Santo. Defendeu-se da acusação em 15 de maio de 1843, conseguindo ser absolvido. Considera-se Feijó um dos fundadores do Partido Liberal. Teve grande importância na política imperial, tanto por seus atos, como por sua influência, ocupando um lugar de destaque na História do Brasil.
Diogo Antônio Feijó morreu em São Paulo, no dia 10 de novembro de 1843.

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