Guilherme de Almeida foi um poeta brasileiro. O primeiro modernista a frequentar a Academia Brasileira de Letras. Ocupou a cadeira nº 15. Era membro da Academia Paulista de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, do Instituto de Coimbra e do Seminário de Estudos Galegos de Santiago de Compostela. Foi também advogado, jornalista e tradutor.
Guilherme de Almeida nasceu em Campinas, São Paulo, no dia 24 de julho de 1890. Filho de Estevam de Almeida, jurista e professor de Direito, e de Angelina de Andrade. Ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, onde se formou em 1912. Ingressou no jornalismo literário. Foi redator do jornal O Estado de São Paulo e do Diário de São Paulo. Foi diretor da Folha da Manhã e da Folha da Noite.
Sua estreia na poesia se deu com a obra “Nós”, em 1917. Sonetista exímio, hábil manejador de versos, recebeu fortes influências de Olavo Bilac e do português Antônio Nobre. Fez conferências divulgando os ideais do Movimento Modernista. Difundiu a Poesia Moderna proferindo a conferência "Revelação do Brasil pela Poesia Moderna", nas cidades de Fortaleza, Porto Alegre e Recife. Participou da Semana de Arte Moderna, fundando em seguida, a revista "Klaxon".
Embora tenha aderido ao movimento da Semana de Arte Moderna, não encontrou nela os reais valores para a criação artística. Algumas obras revelam elementos do passado, principalmente da escola parnasiana, amenizados por um toque de neossimbolismo em “Nós” e “A Dança das Horas”. Depois da atuação na semana, deixou-se contaminar pelos valores do movimento e algumas obras espelham seu ideário nacionalista em “Meu” e “Raça”. Em seguida, o poeta retorna ao ponto de origem. Cultua valores parnasiano-decadentes em “Encantamento”, “Acaso” e “Você”. Reviveu o estilo dos trovadores no “Pequeno Cancioneiro”. Assumiu também caracteres da lírica renascentista em “Camoniana”.
Guilherme de Almeida foi o primeiro modernista a frequentar a Academia Brasileira de Letras. Em 1930, foi eleito para a cadeira nº 15. Tendo participado da Revolução Constitucionalista de São Paulo, foi obrigado a se exilar do país. Viajou pela Europa, fixando-se por longo tempo em Portugal. Quando regressou ao Brasil, dedicou-se à atividade literária e traduziu treze livros de poesia. A crítica ressaltava a excelência de suas traduções. Era um refinado humanista, sabia grego, latim e muito da cultura renascentista. Publicou 26 livros de poesia.
Guilherme de Andrade e Almeida morreu em São Paulo, no dia 11 de julho de 1969.
Obras de Guilherme de Almeida
Nós, 1917
A Dança das Horas, 1919
Messidor, 1919
Livro de Horas de Sóror Dolorosa, 1920
Era Uma Vez, 1922
A Flauta que Eu Perdi (Canções Gregas), 1924
Natalika, prosa, 1924
A Flor que Foi um Homem, 1925
Encantamento, 1925
Meu, 1925
Raça, 1925
Simplicidade, 1929
Gente de Cinema, prosa, 1929
Você, 1931
Carta à Minha Noiva, 1931
Cartas que Eu não Mandei, 1932
O Meu Portugal, prosa, 1933
Acaso, 1939
Cartas do Meu Amor, 1941
Poesia Vária, 1947
Histórias, Talvez..., prosa, 1948
O Anjo de Sal, 1951
Acalanto de Bartira, 1954
Camoniana, 1956
Pequeno Cancioneiro, 1957
Rua, 1961
Cosmópolis, prosa, 1962
Rosamor, 1965
Os Sonetos de Guilherme de Almeida, 1968
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