sábado, 27 de julho de 2019

BASÍLIO DA GAMA

Basílio da Gama foi um poeta brasileiro, autor do poema épico “Uruguai”, considerado a melhor realização no gênero épico no Arcadismo brasileiro. É patrono da cadeira n.4 da Academia Brasileira de Letras.

José Basílio da Gama nasceu no arraial de São José dos Rios da Morte, hoje Tiradentes, em Minas Gerais, no dia 08 de abril de 1741. Ficando órfão muito cedo, foi educado no Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro. Era noviço e pretendia ingressar na carreira eclesiástica.
Em 1759, após a expulsão dos padres da Companhia de Jesus dos domínios portugueses, pelo Marques de Pombal, Basílio da Gama viajou para a Itália para completar seus estudos. Em Roma, construiu uma carreira literária e em 1768 ingressou na Arcádia Romana, assumindo o pseudônimo de Termindo Sipílio, uma conquista única entre os brasileiros da época.
Em 1765, Basílio da Gama escreveu “Ode a Dom José I”, rei de Portugal. Em 1767, voltou ao Rio de Janeiro e no ano seguinte foi preso, acusado de ter amizade com os jesuítas. De acordo com um decreto da época, qualquer pessoa que tivesse mantido comunicação com os jesuítas, deveria ficar exilada durante oito anos em Angola, na África.
Preso, Basílio da Gama foi levado para Lisboa, mas livrou-se da pena ao escrever um poema exaltando o casamento da filha do Marques de Pombal “Epitalâmio às Núpcias da Sra. D. Maria Amália” (1769), onde elogia o ministro e ataca os jesuítas. Com isso, mudou o rumo do processo e passou a ser favorecido por Pombal, que lhe concedeu carta de fidalguia e o nomeia Secretario do Reino.
Nesse mesmo ano publicou a poesia épica “Uruguai” (1769), uma obra-prima em que se encontram alguns dos mais apreciáveis versos da língua portuguesa, que tem como tema a luta de portugueses e espanhóis contra os índios de Sete Povos das Missões do Uruguai, instalados nas missões jesuítas no atual Rio Grande do Sul, que não queriam aceitar as decisões do Tratado de Madri, que delimitava as fronteiras do sul do Brasil.
Basílio da Gama soube como poucos transformar política em poesia. Em 1776 publicou “Os Campos Elíseos” um poema em que se exaltam supostas virtudes cívicas de membros da família de Sebastião José. Com a morte do rei em 1777, Pombal não se manteve no cargo, sendo duramente atacado e vários de seus atos  anulados. Basílio da Gama permaneceu-lhe fiel e chegou a escrever em sua defesa. Em 1788, lastimou a morte de Dom José, em “Lenitivo da Saudade”.
Basílio da Gama foi admitido na Academia das Ciências de Lisboa, e sua última publicação foi “Quitúbia” (1791), um poema épico celebrando um chefe africano que auxiliou a colônia na guerra contra os holandeses.
Basílio da Gama faleceu em Lisboa, Portugal, no dia 31 de julho de 1795.

Obras de Basílio da Gama

Ode a D. José I, 1765;
Ode ao Conde da Cunha, 1769;
Epitalâmio às Núpcias da Sra. D. Maria Amália, 1769;
Uruguai, 1769;
A Declamação Trágica, 1776;
Os Campos Elíseos, 1776;
Lenitivo da Saudade, 1788;
Quitúbia, 1791.

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