Victor Meirelles foi um pintor e professor do Brasil Império, um dos mais importantes representantes da pintura histórica brasileira do século XIX.
Victor Meirelles de Lima nasceu na vila Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis, em Santa Catarina, no dia 18 de agosto de 1832. Filho de pai português e mãe brasileira logo cedo despertou o gosto pelo desenho e passava seu tempo desenhando paisagens.
Em 1843 começou a estudar francês, filosofia e latim com o padre Joaquim Gomes d’Oliveira. Em 1845, iniciou seus estudos artísticos com o argentino Marciano Moreno.
Sua habilidade chamou a atenção do conselheiro do Império Jerônimo Francisco Coelho que em 1847 o levou para o Rio de Janeiro e o matriculou na Academia Imperial de Belas Artes, com apenas 14 anos, estudou com José Correia de Lima, que foi aluno de Debret.
No ano seguinte, recebeu uma medalha de ouro da Academia. Foram dois anos estudando desenho e três anos voltados para a “pintura histórica”
.Em 1852, com o quadro São João Batista no Cárcere, ganhou como prêmio uma viagem para a Europa e passou oito anos na Itália e na França.
Em Roma, Victor Meirelles estudou com Nicola Consoni, da Academia de São Lucas, com quem realizou uma série de estudos com modelos vivos, importante para a pintura histórica. Seguiu para Veneza, onde se encantou com a técnica e o colorido dos pintores venezianos. Como estudo, copiava as obras de Ticiano, Tintoretto e Lorenzo Lotto.
Com o excelente rendimento na sua prestação de contas, recebeu da Academia Imperial a renovação de sua bolsa de estudos por mais três anos. Seguiu para Paris, onde permaneceu até 1860. Nesse período, analisou as obras de Horace Vernet, renomado por suas pinturas de batalhas. Aperfeiçoou sua pintura com Léon Cogniet, André Gastaldi e Paul Delaroche, da Escola de Belas Artes.
Como sugestão de seu mentor intelectual Manuel de Araújo Porto Alegre, diretor da Academia Imperial, Victor Meirelles pintou sua primeira grande obra “Primeira Missa no Brasil” (1858-1860), da maneira como foi descrita na carta de Pero Vaz de Caminha, que lhe valeu espaço e elogios no prestigioso Salão de Paris de 1861.
Nesse mesmo ano, já consagrado, retornou ao Brasil, sendo condecorado por D. Pedro II, com o grau de Cavaleiro da Imperial Ordem de Cristo e da Imperial Ordem da Rosa. Em 1864 pintou e os retratos de D. Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina.
No ano seguinte, foi nomeado professor de pintura histórica da Academia Imperial de Belas Artes. Em 1866, pintou Moema, em que retrata a personagem homônima do poema épico, Caramuru, de Santa Rita Durão.
Em 1868, recebeu a encomenda para pintar dois quadros históricos ligados à “Guerra do Paraguai”, que estava em pleno andamento. Deslocou-se para a região do conflito e instalou seu ateliê a bordo do navio Brasil, e ali passou seis meses. Elaborou as telas de grandes dimensões:
De volta ao Rio de Janeiro, ocupou um espaço no Convento de Santo Antônio, que transformou em seu ateliê. Nos anos seguintes produziu inúmeras encomendas da família imperial, entre elas, o Juramento da Princesa Isabel (1875). Em 1875, iniciou os esboços de mais uma grande obra Batalha dos Guararapes (1879). Nesse mesmo ano, a tela foi exposta na Exposição Geral de Belas Artes.
A partir de 1885 passou a se dedicar à execução de “panoramas”, entre eles destacam-se: “Panorama Circular da Cidade do Rio de Janeiro” e “Entrada da Esquadra Legal no Porto do Rio de Janeiro em 1894”. Teve um importante papel na formação de diversos pintores durante os 30 anos que lecionou na Academia Imperial de Belas Artes.
Victor Meireles falece no Rio de janeiro, no dia 22 de fevereiro de 1903.
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