Confúcio foi um filósofo chinês, criador do confucionismo, um conjunto de ensinamentos sobre moral e ideologia política que veio a triunfar na China por volta do século II a.C.
Confúcio nasceu na cidade de Tsu, Estado de Lu (atual província do Shantung), provavelmente em 551 a.C. Sua família, apesar de descende dos Shag – a segunda dinastia da China antiga -, viviam sem recursos o que não lhe permitiu ter mestres regulares durante a infância. Aprendeu sozinho as letras, a arte dos arqueiros e a música. Mostrou-se muito ambicioso e conseguiu um emprego de contador na administração local.
Na China, daquela época, não havia leis gerais ou autoridades reconhecidas. Prevalecia um estado de constante anarquia, de absoluta falta de segurança para quem não dispõe de força armada para a autodefesa. O contato diário com a miséria sensibilizava Confúcio e o seu desejo de ambicionar posições de destaque vai sendo substituído pelo desejo de ajudar a melhorar a vida de seu povo.
Suas ideias vão aos poucos ganhando consistência. Em 530 a.C. Confúcio abriu a primeira escola para jovens, onde se estudava textos antigos e teoria de governo. Os primeiros alunos são seus amigos, muitos de sua própria idade. Fascinados com seus ensinamentos, buscavam novos alunos. Aos poucos Confúcio se tornou um mestre famoso e respeitado. Nunca rejeitou um aluno, por mais humilde que fosse, desde que se mostrasse inteligente e esforçado. Seu ideal era ver um mundo onde as guerras e as misérias fossem substituídas pela paz, boa vontade e felicidade.
Seus alunos o chamavam de K’ung Fu-tsé (o mestre K’ung). O mundo ocidental o chamara de Confúcio. O mestre desenvolveu uma técnica de ensino revolucionária para a época. Conversava informalmente sobre os temas propostos, organizava debates, discutia através de perguntas e respostas. Sugeria que os alunos estudassem e discutissem. Procurava estimular em vez de punir.
Em sua escola, Confúcio além de oferecer oportunidade de estudos avançados em literatura, história e filosofia, treinava seus alunos para a carreira política, já que sua meta era preparar funcionários para um novo estilo de administração pública. Estudar com Confúcio era sinônimo de subir na vida. A ideia de Confúcio era criar um novo tipo de aristocracia, baseada exclusivamente no mérito pessoal, em substituição à nobreza militar hereditária. Assim, para ele era básico que seus alunos adotassem as regras do “li” , palavra que significa cerimonial, ritual, normas de etiqueta social, enfim, boa conduta em geral.
Com o passar do tempo, Chi K’ang-tsu, o chefe da poderosa família que controlava o Estado de Lu lhe ofereceu o cargo de Conselho do Estado. Confúcio animou-se, julgava que seria consultado em todas as decisões importantes, mas o cargo não tinha nenhum poder, era apenas uma função, uma vez que julgavam que ele era mais perigoso fora do que dentro do governo.
Desiludido, Confúcio resolveu renunciar ao cargo e abandonou o Estado de Lu. Com 58 anos, partiu em viagem por vários Estados da China, que se estenderá por dez anos, acompanhado por dois de seus discípulos. Ao atravessar o Estado de Song, sofreu um atentado de um nobre importante, Huan T’ui, que considerava Confúcio um corruptor da juventude. Depois de várias andanças, desapontado resolveu regressar ao Estado de Lu e retomar o trabalho em sua escola. Durante sua peregrinação afirmou os fundamentos de sua filosofia, cujo conceito central é o “Tao”, palavra empregada para significar via, caminho, rota.
Pouco se sabe sobre os últimos dias de Confúcio, mas há provas que ele dedicou-se a ordenar os manuscritos e as informações coletadas durante suas viagens. Organizou o “Livro de Poesia”, antologia que chegou até os dias atuais. Não deixou de lecionar e de exercer influência nos assuntos políticos, através de seus discípulos.
Confúcio faleceu em 479 a.C. Após sua morte seus discípulos se dividiram em oito seitas. Só depois de sofrer grandes modificações o “Confucionismo” veio a triunfar na China por volta do século II a.C.
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