sábado, 27 de julho de 2019

O POETA BOCAGE

Bocage foi um poeta português. O mais importante poeta português do século XVIII. Sua poesia individualista e pessoal já era uma antecipação do que seria a poesia romântica do século XIX.

Bocage nasceu em Setúbal, às margens do rio Sado, em Portugal, no dia 15 de setembro de 1765. Filho de José Luís Soares de Barbosa, juiz de fora e ouvidor, e de Mariana Joaquina Xavier l'Hedois Lustoff du Bocage, descendente de família da Normandia, região histórica do noroeste da França.
Em 1783, alistou-se na Marinha de Guerra, graduando-se em seguida. Em 1786 esteve no Brasil. Nesse mesmo ano viajou para o Oriente, permanecendo na Índia como guarda-marinha, onde foi promovido a tenente e mandado para Damão. Ao desertar da Marinha, fugiu para Macau passando a viver uma vida errante e boêmia.
Em 1790, voltou para Lisboa. Iniciou sua atividade literária, Com o pseudônimo de Elmano Sadino, participou da associação de poetas denominada “Nova Arcádia”, escrevendo poesias que falam de pastores, pastoras e ovelhas e da mitologia clássica. O próprio nome do movimento foi tirado de Arcádia, região da Grécia onde, segundo a mitologia, pastores e pastoras levavam uma vida inocente e feliz, em contato com a natureza.
Com o tempo abandonou a poesia artificial e começou a falar do seu mundo interior, de seus dramas amorosos e existenciais, numa linguagem que encontrou grande receptividade entre os leitores daquela época e dos séculos seguintes, se tornando o poeta mais lido em Portugal.
Sua obra é muitas vezes classificada de transitória. Surgiu no momento marcado por grandes transformações na Europa, decorrente da Revolução Francesa e do florescimento do Romantismo. Sua poesia individualista pessoal já era uma antecipação do que seria a poesia romântica do século XIX. Bocage é um dos maiores sonetistas líricos da literatura portuguesa, junto com Camões e Antero de Quental. Escreveu todos os gêneros literários de seu tempo: idílios, odes, canções, epístolas e fábulas.
Acusado de satirizar o clero e a nobreza, foi processado e preso pela Inquisição, cumprindo pena nos mosteiros, passando a viver de traduções. Deixou fama de poeta satírico e, com o tempo, seu nome tornou-se sinônimo de contador de histórias picantes e obscenas, no entanto, produziu os mais belos poemas líricos de seu tempo. Desenvolveu sua veia amorosa, retratando, na poesia, a concepção do amor e seus infortúnios. O ciúme é a tônica de muitos versos. Em outros, predominam os motivos lírico-amorosos de caráter autobiográfico.
Manuel Maria Barbosa du Bocage faleceu em Lisboa, Portugal, no dia 21 de dezembro de 1805.

Obras de Bocage

Cantiga à Morte de D. Inêz de Castro
O Triunfo da Religião
A Virtude Laureada
A Pavorosa Ilusão
Poesias
Elegia
Mágoas Amorosas de Elmano
Improvisos de Bocage
Convite à Marília
Pavorosa Ilusão da Eternidade
Pena de Talião
À Puríssima Conceição de Nossa Senhora
À Morte de Leandro e Hero
Queixumes do Pastor Elmano Contra a Falsidade da Pastora Urselina

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