sábado, 27 de julho de 2019

O ARTISTA CONCRETISTA HÉLIO OTICICA

Hélio Oiticica foi um artista plástico brasileiro, pintor, escultor e destacado artista performático. Foi um dos grandes nomes da arte concreta no Brasil.

Hélio Oiticica nasceu no Rio de Janeiro, no dia 26 de julho de 1937. Filho de Ângela Santos Oiticica e de José Oiticica Filho, fotógrafo, pintor, entomologista e professor. Seu avô, José Oiticica foi professor, filólogo e anarquista, autor do livro, O Anarquismo ao Alcance de Todos (1945).
Recebeu suas primeiras lições em casa com os seus pais. Em 1954 mudou-se com a família para os Estados Unidos, quando seu pai recebeu uma bolsa da Fundação Guggenheim. De volta ao Brasil, em 1954, Hélio e seu irmão César Oiticica ingressaram no curso de pintura e desenho de Ivan Serpa, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Nesse mesmo ano escreveu seu primeiro texto sobre artes plásticas.
Entre 1955 e 1956, Hélio participou do Grupo Frente, formado por concretistas que trabalham, sobretudo, no registro da abstração geométrica. Nessa época fez suas primeiras exposições. No fim dos anos 50 se juntou aos artistas que formaram o Grupo Neoconcreto, entre eles, Ferreira Gullar, Lygia Clark, Lygia Pape e Amílcar de Castro, que criticavam a arte concreta e desenvolveram estruturas tridimensionais e obras de efeito visual também tátil.
Para os neoconcretistas, o público é parte da obra, podendo e devendo tocá-la, senti-la e até mesmo experimentá-la. Em 1964 começou a fazer as chamadas “Manifestações Ambientais”, quando apresentou os “Parangolés”, que consistiam em tendas, estandartes e capas feitas de tecidos para serem vestidas, que não deixavam de ser obra de arte.
Na abertura da Mostra Opinião 65, no MAM/RJ, o artista protestou quando seus amigos integrantes da escola de samba Mangueira foram impedidos de entrar no museu, Hélio fez então uma manifestação coletiva em frente do museu, na qual os sambistas vestiram seus “parangolés”.
Nos dois anos seguintes, Hélio Oiticica apresentou o conceito chamado “Programa Ambiental”, quando montou uma “Sala de Sinuca” (1966), que foi apresentada na Mostra Opinião 66, e na Mostra “Tropicália” (1967), formada por um jardim com pássaros e plantas, todos vivos, além de poemas-objetos, que inspirou o movimento de mesmo nome liderado pelos cantores Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre outros.
Em 1968 foi a vez da manifestação “Apocalipopótese”, que reuniu no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, seus Parangolés e os “Ovos” de Lygia Pepe. Em 1969, suas experiências revolucionárias foram reunidas em uma exposição realizada na Whitechapel Gallery, em Londres, denominada “Whitechapel Experiênce”.
Durante a década de 70, Hélio Oiticica viveu em Nova Iorque como bolsista da Fundação Guggenheim. Em 1978 participou da Mostra “Information”, no Museum of Modern Art (MoMa). Entre outras obras destacam-se: “Metaesquema” (1957), “Vermelho Cortando o Branco” (1958), “Relevo Especial”, escultura (1965), “Grande Núcleo” (1966) e “Invenção da Cor”, escultura (1977).
Hélio Oiticica faleceu no Rio de Janeiro, no dia 22 de março de 1980.

Nenhum comentário:

Postar um comentário