domingo, 28 de julho de 2019

MÁRIO QUINTANA

Mário Quintana foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Foi considerado um dos maiores poetas do século XX. Mestre da palavra, do humor e da síntese poética, em 1980 recebeu o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras (ABL) e em 1981 foi agraciado com o Prêmio Jabuti.

Mário Quintana nasceu na cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul, no dia 30 de julho de 1906. Filho de Celso de Oliveira Quintana, farmacêutico e de Virgínia de Miranda Quintana, iniciou seus estudos na Escola Elementar e depois na escola do mestre português Antônio Cabral Beirão, em sua cidade natal. Aprendeu noções de francês com seus pais.

Em 1919 mudou-se para Porto Alegre e ingressou no Colégio Militar de Porto Alegre, em regime de internato. Nessa época, publicou seus primeiros versos na revista literária dos Alunos do Colégio Militar.
Em 1923, Mário Quintana publicou um soneto no jornal de Alegrete, com o pseudônimo de "JB". Em 1924, deixou a Colégio Militar e começou a trabalhar como atendente na livraria Globo, onde permaneceu durante três meses. Em 1925 retornou para Alegrete, onde passou a trabalhar na farmácia da família.
Em 1926 ficou órfão de mãe. Nesse mesmo ano, Quintana foi premiado em um concurso de contos do jornal Diário de Notícias, de Porto Alegre, com o conto "A Sétima Passagem". No ano seguinte seu pai faleceu.

Em 1929, Mário Quintana começou a trabalhar como tradutor na redação do jornal O Estado do Rio Grande. Em 1930, a Revista Globo e o Correio do Povo publicaram os versos do poeta. O jornal O Estado do Rio Grande foi fechado, época da Revolução de 1930, quando Quintana partiu para o Rio de Janeiro, onde entrou como voluntário para o 7º. batalhão de Caçadores de Porto Alegre. Seis meses depois retornou para Porto Alegre e reinicio seu trabalho no jornal O Estado do Rio Grande.

Em 1934, publicou sua primeira tradução, o livro "Palavras e Sangue", de Giovanni Papini. O poeta também traduziu autores como Voltaire, Virginia Woolf e Emil Ludwig. Traduziu também "Em Busca do Tempo Perdido", de Marcel Prost. Em 1936, Mário Quintana transferiu-se para a Livraria do Globo, onde trabalhou com Érico Veríssimo. Nessa época seus textos foram publicados na revista Ibirapuitan.

Em 1940, Mário Quintana publicou seu primeiro livro de sonetos: “A Rua dos Cataventos”. A aceitação de sua poesia levou vários sonetos a serem transcritos em antologias e livros escolares:

Em 1948, Mário Quintana publicou “Sapato Florido”, uma experiência que culminou com “Do Caderno H”, que reúne poemas curtos em prosa, mas com dimensão e densidades poéticas e geralmente irônicos.

Por três vezes Mário Quintana tentou entrar para a Academia Brasileira de Letras. Jamais perdoou os acadêmicos da desfeita. No dia 25 de agosto de 1966, Mário foi saudado na sessão da Academia por Augusto Mayer e Manuel Bandeira, que lê um poema de sua autoria. Convidado para se candidatar pela quarta vez, Mário recusou o convite.

Em 1980, Mario Quintana recebeu o prêmio Machado de Assis da ABL pelo conjunto da obra. Em 1981, foi agraciado com o Prêmio Jabuti como Personalidade Literária do Ano.

Mário Quintana não se casou nem teve filhos. Foi hóspede do Hotel Majestic, no centro histórico de Porto Alegre, de 1968 até 1980. Desempregado, sem dinheiro foi despejado e alojado no Hotel Royal, no quarto de propriedade do ex-jogador Paulo Roberto Falcão.
Mário de Miranda Quintana faleceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 5 de maio de 1994.

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