quarta-feira, 19 de junho de 2019

OSWALDO CRUZ

Oswaldo Cruz foi um médico brasileiro. Sanitarista, bacteriologista e epidemiologista, foi o responsável pela erradicação da febre amarela, da varíola e da peste bubônica no país.

Oswaldo Gonçalves Cruz nasceu em São Luiz de Paraitinga, São Paulo, no dia 5 de agosto de 1872. Filho de Bento Gonçalves Cruz, médico carioca e de Amélia Bulhões da Cruz. Em 1877, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Iniciou os estudos com sua mãe e aos 5 anos já sabia ler e escrever. Estudou no Externato Dom Pedro II e em 1892 ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1891 publicou dois trabalhos pioneiros sobre microbiologia. Em 1892, com 20 anos, formou-se em medicina.
Começou a trabalhar no Laboratório de bacteriologia na Cadeira de Higiene da Faculdade de Medicina. Após a morte do pai, acumulou a chefia da clínica paterna. Em 24 de dezembro de 1892 defendeu sua tese de doutorado com o tema "Veiculação Microbiana pelas águas do Rio de Janeiro". Em 1893, casou-se com Emília da Fonseca, com quem teve seis filhos. Instalou um laboratório próprio, após perder o emprego na faculdade. Em 1896 foi para Paris, para trabalhar com Olhier e Vilbert, especialistas em medicina legal. Seu interesse por microbiologia o levou a estagiar no Instituto Pasteur sob a direção de Émile Roux, descobridor do soro antidiftérico.
Voltou ao Brasil em 1899, logo foi encarregado de debelar o surto de peste bubônica que assolava o porto de Santos. A Fazenda Manguinhos, no Rio de Janeiro, foi escolhida para instalação do Instituto Soroterápico Nacional, para a fabricação do soro, uma vez que importá-lo seria demorado e dispendioso. Oswaldo Cruz foi indicado para Diretor Técnico do instituto, inaugurado em julho de 1900. Em condições precárias e com uma equipe improvisada o soro logo ficou pronto e foi enviado para Santos. Em 1902 Oswaldo Cruz assumiu a direção geral do Instituto e começou a sua ampliação, transformando-o em um centro de pesquisas.
Nessa época, o Rio de Janeiro também era assolado pela peste bubônica, pela varíola e a febre amarela. Oswaldo Cruz foi indicado para Diretor da Saúde Pública, pelo presidente Rodrigues Alves, tomando posse em 26 de março de 1903. Exterminar a febre amarela que rondava os portos e as cidades do litoral, foi a primeira medida de Oswaldo Cruz, que conhecia as pesquisas realizadas por Finlay e sabia que o mosquito rajado era o transmissor da febre amarela. Isolou os doentes e iniciou a campanha para acabar com as águas paradas, local de reprodução do mosquito transmissor da febre. Um contingente de 85 homens foi a campo e mesmo com o descrédito da população, a febre amarela foi debelada em três anos.

A revolta da vacina

varíola, ao contrário da febre amarela, entrava no país com os imigrantes vindos do exterior. A vacina já era obrigatória em vários países europeus. E em maio de 1904, Oswaldo Cruz determinou que os agentes sanitários começassem a vacinação em massa da população. Uma campanha popular contra a vacinação tomou conta dos jornais. Propagavam-se os rumores mais absurdos a respeito da vacina. Durante vários dias a cidade foi tomada pela desordem e revolta com o povo enfrentando a polícia. Depois de vários conflitos, o governo conseguiu sufocar um levante militar e a revolta popular, mas teve que revogar a obrigatoriedade da vacina. Em 1908 uma nova epidemia de varíola assolou o Rio. A partir de então, a vacinação passou a acontecer com mais calma, que caminhou para a erradicação em 1971.
Em 1907, Oswaldo Cruz recebeu a medalha de ouro, pelo reconhecimento de seu trabalho, no Congresso Internacional de Higiene de Berlim. No mesmo ano ingressou na Academia de Medicina do Brasil. Em 1908 o Instituto soroterápico recebe o nome de Instituto Osvaldo Cruz. Em 1909, com a saúde abalada, deixou a direção da Saúde Pública, dedicando-se apenas ao Instituto. Em 1911 em Dresden, na Alemanha, a Exposição Internacional de Higiene conferiu um diploma de honra ao Instituto Oswaldo Cruz. Autor de cerca de cinquenta títulos científicos, em 1912, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira n.º5.
Oswaldo Cruz faleceu de insuficiência renal, em Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro, no dia 11 de fevereiro de 1917.

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